domingo, 4 de abril de 2010

PESQUISA MINERAL - PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (3)

ETAPAS FUNDAMENTAIS DO MAPEAMENTO GEOLÓGICO
A seguir são relacionados as principais etapas de um projeto de geologia:

A - COMPILAÇÃO E ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA
Reunião de documentos (mapas em especial, arquivos em computador, análises, relatórios, etc., da área do projeto, seleção e estudo dos documentos e informações que interessam no projeto preparando fichas/resumo;

B - FOTOINTERPRETAÇÃO PRELIMINAR
Estudo de imagens (LANDSAT, RADAM e outras) e das fotos áereas da região de interesse e circunjacentes próximas; trabalho frequentemente realizado junto com a análise da bibliografia. Se a região do projeto for próxima da sede onde está o geólogo (ou sendo extremamente necessário), nesta etapa pode ser realizado um reconhecimento de campo ao longo das principais estradas fazendo-se um mapa geológico preliminar;

C - FASE DE CAMPO
Percorrem-se, inicialmente, as principais estradas para tomar contato com a área e localizar vias de acesso e facilidades para acampar ou se hospedar. Verifica-se simultaneamente a fotointerpretação no caso de não ter sido feito o reconhecimento de campo na etapa anterior. É interessante começar o estudo por áreas onde se tem, pela fotointerpretação ou pela bibliografia, conhecimentos de seções estratigráficas completas, mineralizações importantes ou ainda, padrões de fotointerpretação mais comuns. O estudo cuidadoso de afloramentos, principalmente de tipos de rochas ou das formações que vão sendo encontradas pela primeira vez, facilitará o mapeamento na medida em que for sendo desenvolvido. Mapeamento de detalhe e ultra-detalhe exigem trabalhos de topografia simultaneamente;

D - FASE DE LABORATÓRIO
A cada etapa de campo sucede-se uma etapa de descanso e, normalmente, de laboratório na qual o geólogo deve estudar as lâminas petrográficas das rochas coletadas e ir organizando seus dados os que nem sempre é possível fazer nas etapas de campo. São locados os "pontos" estudados em mapa base (mapa de pontos). É passada a limpo a caderneta ou providenciada a transcrição sumária para computador. São organizadas as fichas de descrição petrográfica, de análise química etc., na mesma ordem da caderneta de campo. É refeita a fotointerpretação e preparada a coluna estratigráficas a partir das seções geológicas. É elaborada a maquete do mapa geológico final das áreas que já foram estudadas;

E - ETAPA RELATÓRIO FINAL
Com o mapa geológico pronto e a estratigrafia (coluna geológica composta da área) definida e todos os pontos controvertidos verificados, deve ser feito o relatório final. Este relatório deve se ater aos aspectos importantes ao conhecimento geológico da área dentro do objetivo a que se propôs o projeto lembrando que os mapas geológicos que o acompanham são os resultados mais importantes do serviço. Os dados originais obtidos no mapeamento devem ser perfeitamente organizados na forma de um Relatório de Serviço e/ou Banco de Dados em computador contendo: mapa de "pontos", fichas de análises petrográficas, analises químicas, transcrição da caderneta etc. Ele é uma espécie de banco de dados evitando que se percam informações originais do serviço e que serão de utilidade para qualquer projeto futuro na mesma área.


RELATÓRIOS GEOLÓGICOS
O Relatório Final de um projeto de Prospecção geológica deve conter os fatos julgados fundamentais e as interpretações e hipóteses relativas â evolução geológica. Ilustrações fotográficas, desenhos, secções, etc., enriquecem o relatório na medida em que são significativos e bem elaborados facilitando a compreensão do texto e tornando sua leitura mais clara (e amena).
Muitas destas ilustrações são obtidas desde as primeiras etapas de campo ao se desenhar afloramentos, cortes de estrada, amostra de mão, etc., o que leva ao princípio de que é importante o capricho e a clareza nas anotações ao tempo da atividade de pesquisa e não depois quando ocorre o esquecimento dos fatos.
Os relatórios geológicos são divididos em capítulos cujo conteúdo ou ênfase depende do objetivo do trabalho relatado. Assim sendo, já que o objetivo é descobrir jazidas minerais, a ênfase será dada a itens como locação de ocorrências minerais, prospecção geoquímica, geofísica, etc. do minério.
Resumidamente, um relatório de levantamento geológico consta de:

1 - RESUMO:
O tipo de trabalho realizado e os resultados conclusivos são sumarizados de 05 a 30 linhas. Em princípio não são feitas citações bibliográficas no resumo;

2 - ABSTRACT:
É uma versão do resumo em língua inglesa e é indispensável quando o relatório objetiva a publicação;

3 - INTRODUÇÃO:
Introduz o leitor no assunto em pauta, situa ou localiza a área levantada, descreve a metodologia de pesquisa, conceitua termos, etc. Enfim prepara o leitor para a leitura subsequente podendo sintetizar o conteúdo dos vários capítulos;

4 - CORPO DO RELATÓRIO:
Vários capítulos compõem o corpo do relatório e serão enfatizados de acordo com os trabalhos realizados e com os objetivos colimados, sendo comuns os seguintes capítulos: Estratigrafia, Geologia Estrutural, Petrologia, Geologia Histórica, Geologia Econômica;

5 - DISCUSSÃO:
Com base nos fatos descritos ou levantados, são discutidos os resultados, as hipoóteses genéticas e formuladas sugestões de mais trabalho caso os resultados não tenham sido conclusivos, tudo de maneira precisa e sucinta;

6 - CONCLUSÕES:
É apresentada uma síntese dos principais tópicos discutidos e dos resultados (positivos e negativos)

7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Todas as citações de trabalhos anteriores ou relacionados ao assunto e que tenham sido citados no texto, devem ser relacionados neste capítulo evitando relacionar trabalhos que não foram citados no texto. Tanto as citações no texto quanto a listagem no capítulo devem seguir uma forma padronizada;

8 - DOCUMENTAÇÃO E ANEXOS:
Mapas geológicos, seções geológicas, são anexadas ao relatório. Em certos casos é interessante que esta documentação fique embutida dentro do corpo do relatório próximo do local onde é citada e/ou discutida. Esta documentação, importante para o bom entendimento dos relatórios em geral, deve estar relacionada com o texto de forma a não se ter um excesso de figuras, fotos, etc., sem objetivo. Cada figura ou ilustração, apesar de relacionada com o texto, deve ter certo grau de independência o que exige, às vezes, uma ou duas frases explicativas associadas diretamente com a ilustração ou foto.

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