segunda-feira, 5 de abril de 2010

PESQUISA MINERAL / PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (5)

MAPAS TOPOGRÁFICOS - CURVAS DE NÍVEL

1. CONCEITO
Curva de nível é uma linha marcada em planta ou mapa topográfico e que representa os pontos de mesma altitude do terreno. Os limites de água do Lago Paranoá quando cheio até a cota de 1.000m de altitude, por exemplo, consubstanciam, fisicamente, uma curva de nível de 1.000m no terreno.

2. UTILIDADE
As curvas de nível permitem uma representação cartográfica do modelado do relevo (3 dimensões) o que atende a inúmeras finalidades, além de, naturalmente, daquela que é a primordial (visualização das formas do terreno), a saber, entre outras: cálculo de volumes de terra; traçado de estradas por declives selecionados; cálculo de zonas ou faixas de visibilidade (militar, telecomunicações, etc.).

3. PADRONIZAÇÃO E EQUIDISTÂNCIA DE CURVAS DE NÍVEL
Para conseguir "sentir" o modelado do terreno de maneira correta em um mapa e, também, realizar cálculos com curvas de nível, estas, assim como os demais elementos cartográficos, físicos ou não, devem ser padronizadas em cores, espessura de traço.

Representação das curvas de nível com eqüidistância 40m
Observando um mapa exemplar pode-se verificar que: as curvas de nível estão representadas em cor sépia que é o seu padrão; elas apresentam valores de cotas ou altitudes que variam em linhas eqüidistantes (medidas em metros de 20, 40 ou 50, etc.), ou seja, elas representam uma equidistância vertical do terreno; as curvas múltiplas (como por exemplo de 120, 160 ou 200, etc.) têm uma espessura de traço mais grosso, facilitando o seu acompanhamento em mapa já que este apresenta só localmente os valores de altitude indicados nas curvas de nível; o topo de um morro deve ser indicado – normalmente a simbologia é um x ao lado do qual se coloca o valor da altitude em metros.

4. GRADIENTE TOPOGRÁFICO E DISTANCIAMENTO DAS CURVAS DE NÍVEL
Observando a reprodução de um mapa esquemático, além das curvas de nível, ele apresenta o relevo através de um sistema sombreado que permite ao observador perceber as feições do terreno. Nas encostas íngremes, as curvas de nível são visivelmente próximas, enquanto em relevos menos escarpados a horizontalizados, caso de planícies e platôs, as curvas de nível apresentam-se distantes.

5.PRINCÍPIO DO NÃO-CRUZAMENTO DE CURVAS DE NÍVEL
A partir de um exemplo de mapa topográfico o geólogo pode notar que comumente não existem locais onde as curvas de nível se cruzam, pois as curvas, nesse sentindo (cruzando-se), significarão que existe um relevo com gradiente negativo o que é raríssimo e, geralmente, de extensão vertical limitada.

6. REGRA DOS V's EM TALVEGUES
As curvas de nível ao cruzarem um talvegue (talvegue é a linha mais funda de um vale) apresentam uma forma de "V" que aponta para a montante da drenagem.

7. MODELADO TOPOGRÁFICO E CURVAS DE NÍVEL RELACIONADAS
Analisando um terreno acidentado pode-se verificar a relação entre as formas dos vales, cristas/cumeadas, espigões, etc. côncavas ou convexas, agudas ou suaves, e as respectivas formas e das curvas de nível que as representam.

ESPIGÕES - os espigões (pontas de cristas/cumeadas de morros) normalmente tem formas topográficas convexas. Exceções relacionam-se a regiões com erosão glacial ou com veios ou camadas muito resistentes a erosão e com mergulhos fortes, originando cristas pontiagudas. Assim, como regra as curvas de nível da topografia de espigões, seguem os padrões: CRISTAS, VALES EM "V", VALES ABERTOS E EM "U", SELAS, BOQUEIRÕES, MORROS REDONDOS, CUESTAS, etc.

8. TRAÇADO DAS CURVAS DE NÍVEL
O traçado das curvas de nível é dado pelo princípio de interpolação de cotas entre pontos próximos com gradiente topográfico uniforme (sem talvegues e sem morros entre eles).

9. SELEÇÃO DOS PONTOS COTADOS DURANTE O LEVANTAMENTO DE CAMPO
Dois critérios principais envolvem a seleção destes pontos:
I - CRITERIOS GEOLOGICOS: contatos, afloramentos estudados, falhas, etc.
II - CRITERIOS TOPOGRAFICOS: linhas de talvegue e drenagens; quebras de relevo (onde muda o gradiente topográfico); vias de acesso; confluências de drenagens, etc.

10. CALCULANDO COTAS DE PONTOS NO MAPA TOPOGRAFICO
O calculo é atribuído por fatores, tais como:
a. Por interpolação (regra de três no maior gradiente);
b. Graficamente (projeção de perfil topográfico);
c. Método expedito.

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