quarta-feira, 7 de abril de 2010

PESQUISA MINERAL/ PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (7)

MAPAS TOPOGRÁFICOS E GEOLÓGICOS
Veja algumas noções sobre cartografia no link Noções Básicas de Cartografia - IBGE ou acessando o site do IBGE www.ibge.gov.br

1. CLASSICAÇÃO POR TIPOS DE MAPAS
Os mapas podem ser classificados de acordo com o nível de expressão gráfica:

MAPAS-BASE – São aqueles que expressam graficamente num plano horizontal a forma, o tamanho e a distribuição espacial da superfície terrestre. Podem ser classificados como: planimétricos; plani-altimétricos ou topográficos; fotomapas; etc.

MAPAS TEMÁTICOS – são os que compõe características restritas de um determinado local da superfície terrestre, utilizando uma atribuição comum: vegetação, mapas sobre a situação da vegetação local; tipos de solos, mapas pedológicos; geologia, mapas geológicos; mapas geofísicos; geoquímicos; hidrogeológicos; etc.
^ Exemplo de mapa temático: geológico (clique na imagem acima para ampliar).
MAPAS-ÍNDICE , INDEX OU REFERENCIAIS – são os mapas pré-elaborados, que servem para apontar locais de interesse prospectivo ou outros fins. Exemplos: índice dos levantamentos geológicos; índice dos levantamentos aerofotográficos; índice dos levantamentos pedológicos; etc.

MAPAS DE "PONTOS" OU AFLORAMENTOS – conhecidos e semelhantes aos mapas-índice, os mapas de afloramentos representam a descrição dos afloramentos de uma determinada região.

Veja diversos tipos de mapas no site do IBGE

2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ESCALA
Veja nas postagens anteriores - PESQUISA MINERAL PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (1) –
‘A ESCALA DE TRABALHO E A DENSIDADE DE INFORMAÇÕES’


3. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
As projeções podem ser classificadas de acordo com os seguintes fatores:

A- quanto às deformações:
1) CONFORMES: mantém os ângulos e as formas dos elementos projetados.
2) EQUIVALENTES: mantém as relações de superfícies areais.

B- quanto ao "plano de projeção":
1) AZIMUTAIS:plano tangente a esfera no centro da área representada em mapa
2) CILINDRICAS: cilindro tangenciais ou secantes ao esferóide
3) CÔNICAS: cone ou cones tangenciais ou secantes ao esferóide








C- quanto ao ponto de origem da projeção:
1) ORTOGRÁFICAS: ponto está no infinito
2) CENTRAIS: ponto esta no centro da Terra
3) ESTEREOGRÁFICAS: geralmente o ponto escolhido é o antípoda ao centro da área representada
4) Entre as projeções de maior uso na Geologia do Brasil, tem- se as POLICONICAS para representar todo o Brasil (escalas 1:2.500.000, 1:5.000.000 principalmente); a CONICA CONFORME DE LAMBERT (escala 1:1.000.000 por exemplo) na qual os meridianos aparecem como retas que convergem para um ponto e os paralelos são semi-circulos com um centro comum (fora do mapa). A projeção de maior uso nos trabalhos de geologia sistemática é a UTM (projeção Universal Transversal de Mercator).

4. SISTEMAS REFERÊNCIAIS
4.1. COORDENADAS GEOGRÁFICAS (LAT/LONG= LATITUDE - LONGITUDE)
Todas as informações com coordenadas geográficas devem ter por base:
Origem - Meridiano 0o: Greenwich, Inglaterra (180º para W e 180º para E)
Paralelo 0º : linha do Equador (90º para N e 90º para S)
Unidades - angulares: graus (360º), minutos (60'), segundos (60")

4.2. COORDENADAS U T M
O sistema de coordenadas UTM é um sistema ortogonal dimensionado em metros (ou quilômetros) em Norte (eixo de y) e Este (eixo de x). A projeção é cilíndrica central e limitada a faixas de meridianos de 6 graus, ou seja, a cada múltiplo de 6 graus meridianos, passa-se para outro cilindro (Zona UTM ou Fuso UTM) de projeção.

Os cilindros teóricos de projeção tangenciam linhas meridianas (=meridiano central) centrais de cada fuso (na verdade são secantes para uma melhor distribuição de erros da projeção). Assim, para todo o globo terrestre, tem-se 60 zonas ou cilindros de projeção UTM começando a numeração a partir do anti-meridiano de Greenwich no sentido leste (Exemplo: Zona ou fuso #1 = 180° - 174°W). Dado um meridiano, para saber a zona aplique para o Brasil a fórmula: zona=30-inteiro(meridiano/6).

A dificuldade maior neste sistema é que em áreas abrangendo duas zonas tem-se dois mapas com referenciais diferentes. Para superar este problema usa-se um cilindro de projeção fora do padrão internacional ou se usa o sistema de um dos cilindros aumentando o erro de projeção dos espaços terrestres referentes ao outro cilindro. Este é o caso do mapa em UTM do Distrito Federal em que utilizou-se como meridiano central 48°W o qual, na convenção internacional é um limite de zona (múltiplo de 6o meridianos).

Origem do sistema: para as coordenadas E (leste) a origem é o Meridiano Central da Zona UTM e para as coordenadas N (norte) a origem é o Equador.

Unidades: em metros. As coordenadas sempre tem valor positivo. Para não se ter valor negativo no sistema de coordenadas UTM, usa-se o artifício de somar valores em N e em E ao ponto de origem. Assim, a coordenada E de origem é somado o valor de 500.000 (metros) crescendo sempre de W (oeste) para E (leste) e a coordenada N de origem o valor de 10.000.000 (metros) crescendo sempre de S para N.

Observação: notar que os traços de paralelos e meridianos (sistema de coordenadas geográficas lat/long) nos mapas não coincidem com os traços do sistema ortogonal UTM, podendo formar ângulos apreciáveis nas partes mais externas da zona. Assim os mapas que tem meridianos próximos a múltiplos de 6 ( limites das zonas cilíndricas de projeção) são os que mostram a maior diferença entre as direções dos traços dos meridianos e paralelos ( bordas dos mapas) e as da rede UTM indicada internamente no mapa.


6. MÓDULOS CARTOGRAFICOS INTERNACIONAIS E BRASILEIROS **
O sistema cartográfico nacional define módulos variáveis de acordo com a escala cujos limites são definidos pelo traço de coordenadas geográficas, independentemente da projeção. Os módulos recebem siglas padronizadas para identificar cada módulo e a sua escala. Os módulos e as siglas de escalas menores (1:1.000.000) seguem padrão internacional.
** Consultar Norma do DNPM a respeito do assunto.

6.1. Padrão Cartográfico 1:1.000.000

As folhas ao milionésimo apresentam um corte de 6º de longitude, em múltiplos a partir do meridiano de Greenwich e coincidentes com as zonas UTM, por 4º de latitude, em múltiplos a partir da Linha do Equador.

As siglas internacionais das folhas ao milionésimo seguem as seguintes regras: ao norte do Equador a sigla inicia por N e ao sul por S; a cada 4 graus de latitude, são indicadas letras crescentes A, B, C, D, etc.; assim as folhas ao sul do Equador, entre 0 e 4º são as folhas SA, entre 4 e 8º, são as SB, etc. Já às ao norte recebem a sigla NA, NB, NC, etc.; para fechar a designação da folha, à indicação da posição em paralelos, deve-se acrescentar a posição em meridianos que corresponde à designação da zona UTM; assim, por exemplo, um local com as coordenadas 13º 25' S x 43º 30' W está situado na folha ao milionésimo SE23 - designada Folha Belo Horizonte. Observe a localização da folha BH na CIM (Carta Internacional ao Milionésimo


6.2. Desdobramento do padrão Cartográfico 1:1.000.000 e sua nomenclatura

a - Padrão 1:500.000 - múltiplos de 2º de latitude por 3º de longitude - 4 folhas:V,X,Y,Z.
b - Padrão 1:250.000 - múltiplos de 1º de latitude por 1º 30' de longitude - 4 folhas: A,B,C,D.
c - Padrão 1:100.000 - múltiplos de 30' de latitude por 30' de longitude - 6 folhas: I,II,III,IV,V,VI.
d - Padrão 1:50.000 - múltiplos de 15' de latitude por 15' de longitude - 4 folhas: 1,2,3,4.
d - Padrão 1:50.000 - múltiplos de 7'30" de latitude por 7'30" de longitude - 4 folhas: NW,NE,SW,SE.

Agora veja o desdobramento no mapa (exemplo):


8.PADRONIZACAO DE MAPAS GEOLOGICOS

Necessidade de padronização para facilitar a "leitura" do mapa. Disposição das informações periféricas (layout).
Consultar norma especifica do DNPM.

9.A INTERPRETAÇÃO (LEITURA) DE MAPAS GEOLÓGICOS
É muito importante que o geólogo saiba ler mapas geológicos buscando "ver" a geologia em três dimensões a partir do mapa que tem, efetivamente, só duas dimensões. Assim sugere-se sempre uma análise atenta do mapa geológico em estudo compreendendo, entre outros, os seguintes passos:

a)Situar a região abrangida localizando-a em mapa (geológico e topográfico) de menor escala que forneça uma visão mais regional;
b)Estudar a coluna geológica, as convenções e a simbologia,buscando os pontos de interesse no mapa e um entendimento da "linguagem gráfica";
c)Perceber a escala do mapa e as dimensões das unidades geológicas;
d)"visualizar" a disposição das camadas geológicas (horizontais, verticais, inclinadas, dobradas, etc.) através da relação topografia x atitudes de camadas;
e)"visualizar" o desenvolvimento lateral versus posição estratigráfica das diversas unidades geológicas; realizar perfis topográfico-geológicos se necessários para um melhor entendimento da geologia em profundidade.

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