terça-feira, 4 de outubro de 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

DESENVOLVIMENTO DA MINA - NÚMERO E INSTALAÇÃO DAS VIAS DE ACESSO


O número e locação das vias principais de acesso são inter-correlacionados, para obter um transporte rápido e econômico, uma boa ventilação, eficiente esgotamento e rápido acesso de trabalhadores e materiais as frentes de trabalho. No entanto, a quantidade de acessos ajustados e definitivos, em uma mina, poderá resultar a partir de dois tipos de fatores: aqueles relacionados a uma imposição (sendo, portanto, obrigatórios) e aqueles pautados de acordo com a economia global do empreendimento.


FATORES IMPOSTOS OU OBRIGATÓRIOS


São os fatores impostos ou de imposição a segurança, uma ventilação mínima, a drenagem e o esgotamento referentes a instalação dos acessos. Estes regem a identificação dos acessos (principais e de serviços) por serem essenciais ao bom desempenho das operações mineiras no subterrâneo:

1 - Segurança é primordial, se tratando de minas subterrâneas de grandes profundidades, em que o ambiente hostil do local compromete a vitalidade dos trabalhadores. Aplica-se mais aos acessos principais, em que há uma requisição de “saída de emergência”, entre outras funções.

2 - A ventilação, também, é obrigatória por haver regiões subterrâneas onde não há circulação de ar (oxigênio); a temperatura é elevada, exigindo resfriamento; e por vezes, a dissipação de partículas em suspensão é dificultosa.

3 - Drenagem e esgotamento, são relevantemente importantes nos casos em que a mina apresenta grandes quantidades de infiltrações por água. Elevadas quantidades de água, significam um sério problema para a continuidade do desenvolvimento da mina, a não ser que um eficiente sistema de drenagem resolva o caso.


FATORES ECONOMICOS


Os Fatores econômicos são associados: a extração diária (pré-determinada); as características do corpo; a natureza do transporte subterrâneo; a locação superficial do acesso; ao método de lavra empregado; aos limites da propriedade ou concessão. O assentamento dos fatores econômicos vai depender do limite de investimento financeiro da empresa, porém, dado um bom planejamento a respeito da produção, a aplicação destes investimentos poderá ser efetuada de acordo com o progresso dos trabalhos de extração (isso poderá também depender da flutuação do preço do produto no mercado). A seguir uma explanação sobre os fatores econômicos:

1º Extração diária: é estabelecida de acordo com uma medida pré-determinada relacionada à produção. O acesso poderá ultrapassar a capacidade conveniente de um único poço ou túnel. É pouco comum em minas subterrâneas de pequena profundidade, entretanto, no caso de um poço que atendia até uma determinada profundidade (pequena) torna-se insuficiente para outras maiores, pela acentuada redução de sua capacidade unitária (maior tempo de percurso, mais demora na movimentação, ingresso ou regresso, de trabalhadores, equipamentos, materiais, material de enchimento, etc.) requerendo a execução de outro poço mais amplo ou com maiores dimensões.

2º Peculiaridades do corpo e condições superficiais: causam bastante influencia na economia das locações e quantidades de acessos apropriados à lavra. A abertura de um novo acesso pode evitar o emprego de transportes horizontais de grande extensão, resultando no desmonte do minério em diversas frentes distanciadas entre si (isso possibilita a regularização dos teores do minério para o controle de qualidade); Para as minas de grande profundidade a tendência é a redução da quantidade de acessos (shafts ou poços) e ao aumento da área servida por cada acesso, pois o custo de abertura de um poço aumenta com a profundidade da escavação por cada metro avançado; As condições superficiais podem, também, dificultar ou encarecer o transporte externo mais do que a abertura de novos acessos, economicamente recomendáveis.

3º Caráter do transporte subterrâneo: é fato que a natureza e o vulto do transporte em cada nível da mina condicionem uma distância econômica para o mesmo. Sob o ponto de vista de custo do transporte interno, a locação ideal de um acesso seria a que correspondesse ao mínimo de ton-Km (toneladas-quilômetros), para a total remoção do minério em cada nível. A utilização de equipamentos de grande porte (grandes vagões e locomotivas, veículos especiais ou caminhões fora-de-estrada), maiores velocidades e altas produções por nível, distâncias de 2 a 3 Km são economicamente viáveis para alongamento entre acessos principais; Também são afetados pelo tipo e custo dos desenvolvimentos, gastos com mão-de-obra, condições geológicas locais, técnicas regionais, ponderação de extrações envolvidas, etc.

4º Locação superficial do acesso: o acesso principal de uma mina subterrânea não deve ter a sua entrada, superficial, em local que ofereça possibilidade de acúmulo de água, seja por represamento, inundação por tempestades ou outras casualidades. Nos casos em que essa probabilidade é verdadeira, devem ser tomadas prevenções especiais de assistência (improvisar a entrada em alto de aterros ou construções de concreto, amplas valetas de escoamento ao redor da entrada, muros de proteção, etc.). As entradas dos acessos principais devem ter área aberta para as construções superficiais indispensáveis, também, devem consentir à locação das instalações de beneficiamento do material extraído, ao necessário transporte dos produtos para o beneficiamento, às comunicações com os depósitos de material estéril, etc.

5º Método de lavra: a influência do método de extração é precisa, uma vez que os acessos são muito condicionados a um sistema de lavra reavaliado. Assim, em uma lavra que utiliza o método de abatimento, os acessos terão de ficar numa região externa das áreas sujeitas a subsidência. Em todos os casos deve-se considerar a segura manutenção desses acessos, imobilização de pilares de minério, junção dos acessos com as centrais de transporte subterrâneo.

6º Limite da propriedade ou concessão: poderá assumir relevante influência econômica ante os serviços, despesas de desapropriações, concessões mineiras confinantes, processos judiciais, etc; Na fase de solicitação de lavra, deve-se avaliar corretamente a inclusão de serviços necessários por limites de propriedades.

terça-feira, 19 de abril de 2011

FATORES INLFUENCIANTES NO DESENVOLVIMENTO DA MINA



Pode-se observar que no desenvolvimento da mina, fase em que ocorrem os processos classificatórios de abertura dos canais de comunicação que envolvem a superfície e o material de interesse – a superfície com a jazida mineral – os tipos de desenvolvimento são subordinados por vários fatores dentre eles: a localidade, a geomorfologia, as questões sócio-ambientais, etc., no entanto, de forma abrangente para as diversas situações de disposição da jazida mineral no terreno.

LOCALIZAÇÃO

A localização desempenha significativo controle sobre a abertura de uma mina tendo como efeitos: a facilidade ou não de transporte do produto para o mercado consumidor e insumos para a mina; a disponibilidade de mão-de-obra qualificada e serviços de base (moradia, educação, repouso, saúde, etc.); os impactos operacionais e psicológicos devido as condições climáticas na região e/ou interior da mina; rigidez da localização das minerações, já que são executadas apenas onde permanece a jazida; um adequado gerenciamento que compensará as desvantagens da localização

FATORES GEOLÓGICOS E NATURAIS

A natureza e os processos geológicos são convencionais para conduzir a abertura de acessos e a locação de instalações de superfície, também, influenciam a escolha do método de lavra. Dentre os fatores geológicos estão: Topografia e tipo de solo; Relação espacial - tamanho, forma, atitude, etc. da jazida, incluindo profundidade; Conceitos geológicos (mineralogia, petrografia, estrutura, gênese, gradiente de temperatura, presença de água etc.); propriedades mecânicas das rochas (resistência, elasticidade, plasticidade, dureza, abrasividade, etc.); propriedades químicas e metalúrgicas do minério.

FATORES SOCIAIS, ECONÔMICOS - POLÍTICOS E AMBIENTAIS

Estes são intensamente relacionados a fatores externos e difíceis de quantificar. Exercem grande influência no desenvolvimento e operação da mina. Entre esses fatores temos: Características demográficas e ocupacionais da população local (força de trabalho); Mercado (determina a escala de produção, continuidade da operação, etc.); Estabilidade política; Legislação ambiental; Outras restrições governamentais aplicadas à indústria mineral

FATORES INLFUENCIANTES NO DESENVOLVIMENTO SUBTERRÂNEO

(UNDERGROUND MINING)
Agora veremos os fatores em especial que influenciam no desenvolvimento de acordo com a disposição da jazida mineral no terreno em profundidades relevantes (jazidas minerais subterrâneas). Esses fatores são peculiares por ter uma ação direta, na sua maioria, em todos os trabalhos que envolvem a escavação e manutenção das galerias subterrâneas. Envolvem portanto: Geologia, Topografia, Distribuição de teores, Profundidade da jazida, Transporte de minério, Drenagem e esgotamento e Ventilação.

FATORES GEOLÓGICOS

A Geologia, principalmente a geomorfologia, tem por importância, durante a exploração inicial, detectar falhas estruturais no maciço rochoso, no caso de terrenos com solos inconsistentes, aquosos, entre outros de instabilidade natural. O reflexo das ações de contenção dessas disparidades de coesão no terreno será observado diretamente no desenvolvimento, já que afetam todos os trabalhos incluindo seus custos, prazos, manutenções, etc.

FATORES TOPOGRÁFICOS

Os fatores topográficos em alguns casos podem ser indiretos, com exceção aos desenvolvimentos de ligação à superfície que se constituem como as vias principais de acesso.

FATOR DE DISTRIBUIÇÃO DE TEORES

As concentrações de faixas de maior teor de minério na jazida mineral, conduzem a implantação dos desenvolvimentos. Por vezes, essas concentrações representam os únicos espaços economicamente lavráveis do corpo mineral.

FATOR DE PROFUNDIDADE DA JAZIDA

Quando é levada em consideração a profundidade de uma mina, seja de ouro, cobre ou outro metal precioso, o acesso principal se consolida como prioridade nos trabalhos mineiros. O acesso aos vários níveis pode ser bem planejado desde que a jazida seja bem conhecida ou explorada convenientemente (fase exploração e estimativa da reserva). A exploração em profundidade geralmente é limitada (variações de mergulho, falhas, mudanças de teor e de distribuição de valores, etc). Assim, os acessos executados podem apresentar inconvenientes, tornando-se pouco adequados à lavra mais profunda.

FATOR DE TRANSPORTE DO MINÉRIO

Desempenha grande influência devido a uma das suas finalidades essenciais do desenvolvimento subterrâneo. O sistema de transporte afetará o tipo de via de acesso, sua regularidade, locação e quantidade.

FATOR DRENAGEM-ESGOTAMENTO

Minas com grandes infiltrações infligem muitas despesas com drenagem (esgotamento natural) ou de esgotamento (escoamento mecânico). Um desenvolvimento adequado poderá reduzir esses custos. Alguns desenvolvimentos (aberturas de acessos) têm exclusiva e preponderante finalidade de apenas realizar a drenagem mina, ou executar a redução da distância de bombeamento, estabelecer estágios de escoamento, prover depósitos de acumulação, etc. Sempre que possível os poços ou túneis principais deverão alcançar em profundidade os níveis mais baixos de acumulação para evitar a execução de serviços de desenvolvimento supletivo.

FATORES DE VENTILAÇÃO

Serviços subterrâneos exigem uma ventilação adequada, necessitando de operações especiais, com essa finalidade exclusiva ou afetar substancialmente o layout e as dimensões das vias de transporte que apresentem essa função.

domingo, 10 de abril de 2011

ESCOLHA DO MODO DE ACESSO

DEVELOPMENT (WAY OF ACCESS)

Dentre as considerações básicas para a escolha do modo de acesso, no planejamento da mina, devem-se observar as condições superficiais e o comportamento do corpo. Contudo, com antecipação permanece necessário determinar se jazida foi conveniente explorada ou insuficientemente explorada.

Se a jazida foi favoravelmente explorada, o desenvolvimento será conduzido por uma adaptada coordenação com: o método de lavra adotado, o volume da extração diária pretendida e as condições físicas do corpo mineral e das rochas encaixantes. No entanto, se a jazida foi insuficientemente explorada – por uma conseqüência da deficiência técnica, na fase anterior, ou por outros casos adversos – a etapa de exploração deverá ser prosseguida, até fornecer os dados totais indispensáveis sobre a jazida mineral, ou empreender um desenvolvimento complementar da exploração procedida.

OPÇÃO PELO MODO DE ACESSO

A preferência por um determinado modo de acesso, dadas as exposições referidas, poderá ser: 1)acesso pelo minério ou pelo estéril; 2)acesso por túnel ou por poço; e/ou 3)acesso por poço vertical ou inclinado.

1) ACESSO NO MINÉRIO OU NO ESTÉRIL:

Define-se pelos fatores do comportamento do corpo mineral, pela economia com gastos da construção e/ou disponibilidade financeira.

Quando o acesso é aberto no minério há fornecimento de material útil ou de interesse, reduzindo ou mesmo abonando as despesas envolvidas com a construção (freqüentemente o minério, em alguns casos, é menos resistente do que as rochas encaixantes, o estéril , tornando mais barato o desmonte. Já no estéril, os acessos tornam-se menos extensos por serem galerias mais alinhadas (não acompanham o comportamento do corpo mineral) e mais ajustadas favorecendo a ventilação dentro da mina, além de evitarem a imobilização de pilares laterais de minério.

Portanto, as vias de acesso no minério são singulares – só em minas de reduzida importância ou conduzidas por uma ineficiente avaliação da economia imediata, falta de disponibilidade financeira, inerme visão técnica ou condições locais específicas.

2) ACESSO POR TÚNEL OU POR POÇO:

O acesso por túnel ou por poço é ditado pelas condições topográficas locais. Por túnel, a execução torna-se mais rápida e mais barata; serve à drenagem dos terrenos mais altos; não requer guincho nem torre de extração; prospectam as rochas encaixantes (se são túneis – travessas, embora túneis e cabeceiras sejam preferidos), podem facilitar o transporte para o exterior da mina com grande flexibilidade dos meios de transporte.

Por poço, os acessos são mais dispendiosos (economicamente) e de execução demorada para uma mesma extensão e seção de galerias. Em níveis inferiores ao do túnel, para a extração do minério desmontado, são necessários guinchos. Contudo um poço poderá ser de menor comprimento que o túnel, ter conservação mais barata, apresentar maior velocidade de transporte, oferecer maior capacidade específica, evitar terrenos adversos, etc.

Assim, cada caso requer um estudo comparativo em particular, não se podendo dizer, genericamente, que um túnel é preferível a um poço, ou vice-versa.


3)ACESSO POR POÇO VERTICAL OU POÇO INCLINADO:

É possível escolher unicamente um ou outro, mas também há casos de se conjugarem ambos os tipos (geralmente poço vertical continuado por poço inclinado).

Devem-se considerar fatores como: profundidade a atingir, mergulho da jazida, extração diária de minério e necessidade de materiais e pessoal, prazo disponível, natureza do terreno, disponibilidade financeira, recursos técnicos, prospectiva da mina, ocorrência de água, equipamentos, quantidade de mão-de-obra possível, etc. Qualquer destes fatores poderá ser primordial, ou mesmo excludente, em casos particulares.


INDICAÇÕES PARA ABERTURA E CONSTRUÇÃO DE UM:

POÇO VERTICAL –
indicado para corpos de grande profundidade, corpos verticais ou de forte mergulho, corpos de mergulho inferior a 6° com declividade de até 10% com grande capeamento (comumente, na lapa ou de transição);

POÇO INCLINADO –
indicado para corpos aflorantes, com mergulho de até 50°, em alguns casos, até 70° (habitualmente aberto na lapa), distante do corpo numa faixa de 5 a 15 m. Emprego de caçambas por içamento próprios em declividades superiores a 20°; utilização de correias transportadoras, em declividades inferiores a 16° ou 18°, se for viável uma econômica britagem subterrânea do minério; e em mergulho de até 12°, a possibilidade de tráfego de caminhões, trens com vagões, etc.

COMPARAÇÃO ENTRE POÇO VERTICAL E POÇO INCLINADO

Poços (shafts ou raises) são abertos, ou construídos, em mineração, para alcançar a jazida mineral, estabelecendo o ingresso e regresso de equipamentos, trabalhadores, etc.; podem ser shafts de serviços tais como os de ventilação, transporte de material desmontado, passagem de minério, etc. Contudo, as diferenças nos fatores entre as despesas na construção ou abertura, instalações, capacidade especifica, custo operacional, prazos, entre outros, é preponderante no que diz respeito ao tipo de poço seja este vertical ou inclinado.

O custo de execução da abertura é maior no poço vertical, para mesma extensão e mesma área de seção transversal. Porém para atingir uma dada profundidade, o poço vertical torna-se menos longínquo, embora determine uma maior extensão das travessas.

Com relação ao fator de capacidade específica, este é maior no poço vertical que consequentemente afeta na velocidade do tráfego (mais veloz).

As Instalações, são relevantes para averiguar a comparação entre poços, por exemplo, em uma mina o poço vertical requer menor extensão de cabos, encanamento, instalações elétricas, etc. comparado com um poço de plano inclinado, onde o comprimento do cabo de içamento, encanações, entre outros, são maiores. Comumente, o poço vertical requer menor consumo de materiais para sustentação (madeira, metal e concreto), porém nele torna-se necessário a presença de guinchos e cabos mais resistentes, torre superficial de extração e guias para as caçambas (transporte do minério) e gaiolas (transporte de trabalhadores).

Quanto ao custo operacional este é menor no poço vertical. Contudo, as despesas suplementares, nas travessas estabelecidas, podem extrapolar essas economias diretas. A manutenção do poço trata-se de um item que poderá afetar o custo operacional, sendo menor no poço vertical e maior no inclinado (em material rolante e fixo de transporte, na segurança de abertura).

Com relação à profundidade, quanto ao comprimento podem agravar muito os fatores mencionados, por exemplo: poços inclinados podem impor tambores de guincho demasiadamente grandes mais longos que os poços verticais – para evitar a superposição de camadas de cabo.

No que se refere aos Prazos das operações, sejam estes em longo, médio ou curto são preponderantes na eficiência do acesso quanto ao bom desempenho da produção, por exemplo: o prolongamento de um plano inclinado é bem mais fácil para construir do que a ampliação de um poço vertical. A grande extensão de travessas impõe mais tempo, para que o poço vertical possa atender a um determinado nível da lavra. Nessas condições o desenvolvimento terá de ser antecipado.




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terça-feira, 5 de abril de 2011

TIPOS DE ACESSOS EM MINAS SUBTERRÂNEAS

TIPOS DE ACESSOS EM UNDERGROUND MINING



Os acessos em serviços subterrâneos podem ser através de poços verticais ou inclinados e túneis. Nesses tipos de acessos são desenvolvidas de maiores seções, para ingresso e regresso de equipamentos e pessoal; uma maior simetria de traçado (de acordo com o layout planejado) e locações diversas diferentes das de pesquisa/exploração, distinguindo-se daquelas, mais pela finalidade do que pela natureza.

A opção pelo tipo de acesso, deve considerar:

1 - TERRENOS PLANOS ou POUCO ACIDENTADOS:
no caso de corpos mineralizados verticais ou horizontais, deve ser desenvolvido um poço vertical fora do corpo; para corpos inclinados o poço deve ser vertical (na capa, na lapa, de transição), ou poço inclinado (na lapa ou no corpo). Veja os esquemas abaixo.








2 - TERRENOS ACIDENTADOS:
Poço vertical, poço inclinado ou túnel (na capa, na lapa ou no corpo); Poço inclinado (na lapa, na capa, no corpo); Túnel (cabeceira, travessa).

domingo, 3 de abril de 2011

DESENVOLVENDO UMA MINA SISTEMÁTICAMENTE

DESENVOLVIMENTO SISTÊMICO

O desenvolvimento pode ser especificado de acordo com os sistemas que envolvem o layout da mina. Tratando-se de um Desenvolvimento Sistêmico a escolha dos tipos de vias de entrada e saída (vias de acesso) é preponderante para o bom desempenho da produção da mina. As vias de acesso são os incrementos básicos que permitem atingir um ou múltiplos pontos ou setores da jazida mineral, e o escoamento das substâncias desmontadas. Portanto, podem ser superficiais e/ou subterrâneas.

Alguns fatores generalizantes são bastante relevantes, durante o planejamento, no momento da escolha e implantação das vias de acesso:


A) A TOPOGRAFIA DO LOCAL;

Define o modo da via de acesso quanto a sua forma em minas a céu aberto: inclinação, comprimento, largura e altura, nos casos de rampas; quantidade de acessos, de acordo com o layout da mina, transito na mina, porte dos equipamentos, etc. E no caso de minas subterrâneas determina a localização da entrada do acesso, galerias e túneis, em terrenos acidentados ou não.


B) A MORFOLOGIA DA JAZIDA;

Referente à disposição da jazida mineral , ou seja, a forma em que se encontra o corpo mineralizado nas rochas encaixantes, independente de ser próximo ou não da superfície: tabular, maciço, entre outras formas, ocasiona por fazer a direção a ser tomada pela via de acesso até minério.


C) O TIPO DE LAVRA;

O método a ser empregado divide a jazida mineral em seções ou níveis estabelecendo quantidade e direção das vias de acesso.


D) A INDEPENDÊNCIA DA EXTRAÇÃO (CONFORME CASOS ADVERSOS);

As vias de acesso ao minério são e devem ser abertas de modo a manter comunicação através de uma ou mais vias principais, porém, devem excluir a possibilidade de intervenção de trabalhos de uma frente de lavra para outra. A independência operacional é crucial para o bom andamento da produção, principalmente se tratando de minas suberrâneas.


E) AS DESPESAS;

Varia com a escolha da abertura da via de acesso de acordo com a influencia pela geomorfologia do terreno, estrutura das rochas, profundidade da jazida mineral, acúmulo de água (caso de vias subterrâneas), necessidade de instalações auxiliares, etc.


F) PRODUÇÃO ALMEJADA;

A via de acesso deve ser construída, de acordo com o layout do planejamento inicial, para suportar o transito da mina, incluindo o avanço e recuo de operários e equipamentos bem como a saída de material desmontado das frentes de lavra, principalmente o minério, e material de enchimento (caso de minas sub-superficiais).


G) E OS ACESSOS DE SERVIÇOS;

As vias são escolhidas de convenção com as necessidades básicas das atividades de operação da mina. Em underground mining são indispensáveis, dependendo dos fatos: vias de ventilação; vias de esgotamento de água; passagens para escoamento do minério, somente; vias especiais unicamente para entrada e saída de pessoas; etc.


MODO DAS VIAS DE ACESSO

Em surface mining (lavra a céu aberto) as vias de acesso são freqüentemente, simples aberturas basais, favoravelmente construídas para facilitar a lavra dos diversos bancos, que verticalmente dividem a jazida. O esquema desses acessos requer o conhecimento bem delineado da jazida, dependendo fundamentalmente da topografia local.

Os acessos em serviços subterrâneos são comumente poços verticais ou inclinados e túneis.


TIPOS DE ACESSO EM SURFACE MINING (LAVRA A CÉU ABERTO)

1 - SISTEMA DE AVANÇO E RECUO OU SERPENTINFORME:
A passagem do acesso é desenvolvida ao longo da junção de várias rampas com declividades (compatível com o tipo de transporte) até alcançar os pontos de extração ou as frentes de lavra.


Sistema de anvanço-recuo ou “zigue-zague” ou ainda Serpentina: a estrada de acesso se desenvolve por entre as bancadas, muitas das vezes conectando-se a elas, com declividade compatível com o tipo de transporte. Nesse caso o objetivo é alcançar o ‘fundo da cava’.


No sistema de acesso por serpentina com praças de manobra, os vários trechos em rampa são unificados por plataformas, de nível ou de pequena declividade, que possibilitam uma melhor condução de veículos ao mudarem de direção (giro, ré e outras manobras).


Se a extensão permitir, o acesso poderá ser feito por uma via continua, sem curvas e sem patamares.
O Sistema de ziguezague ou Serpentiforme tem uma vantagem que é a movimentação em pequenas áreas de horizontalidade. Por outro lado a desvantagem está na baixa velocidade de transporte.


2 - SISTEMA DE VIA HELICOIDAL CONTÍNUA (Helical continuous):
Utilizado para jazidas minerais de grande extensão horizontal, em cavas profundas, este sistema se constitui numa via contínua, em hélice, apresentando estradas planas e outras em declividade.

O acesso é executado na medida em que vão sendo extraídas as fatias horizontais compreendidas no núcleo da hélice.



3 - SISTEMA DE PLANOS INCLINADOS (Inclined Plans):
Aplicável a jazidas de pequena área horizontal, com fortes declividades e transporte por skip ou correias transportadoras. São possíveis declividades até 70º ou 80º, permitindo atingir o fundo da cava em reduzida extensão. O minério é carregado em caminhões e despejado em chutes que alimentam os SKIPs e estes, por sua vez, basculam em chutes fora da cava, que alimentarão trens ou caminhões.



4 - SISTEMA DE SUSPENSÃO POR CABOS:
Aplicável a cavas profundas e de pequena área horizontal, atualmente de limitada utilização. Tal sistema foi muito utilizado nas minas de diamantes de Kimberley. Os cabos de suspensão se estendem sobre a cava de pequena área, suspensos por uma ou várias torres especiais. Pode haver uma única torre, neste caso, o cabo trilho é fixado junto à frente de carregamento por forte cavilha.


Uma das formas mais usuais deste método se dá pelo auxilio de duas torres, sendo uma móvel e a outra fixa. O acesso de equipamentos e de trabalhadores é feito por rampas, ligando os diversos bancos ou desenvolvidas lateralmente, nas paredes contínuas. O minério é carregado em caçambas içáveis e despejado em chutes superficiais, para posterior transporte.


5 - SISTEMAS COMBINADOS
Os demais sistemas de extração do minério na cava em surface mining envolvem combinação com serviços de underground mining (lavra subterrânea) e, conseqüentemente, limitações de extração periódica essenciais a estes serviços. O acesso de pessoal e equipamentos às frentes de trabalho é obtido por rampas auxiliares, parciais, de declividades pronunciadas (não sujeitas às limitações impostas pelo tráfego ascendente de caminhões carregados).

5. 1 - SISTEMA DE POÇO VERTICAL:
Um ou mais poços verticais próximos da cava, são ligados aos bancos por travessas (galerias). O minério desmontado em cada banco é transportado horizontalmente, até ao poço e despejado em silos ou chutes.


Nas caçambas o minério é içado para a superfície e despejado em chutes, para carregamento e transporte por caminhões ou vagões de trem. O sistema tem produção diária limitada.


5. 2 - SISTEMA DE ÁDITO INFERIOR:
Utilizável para minas lavradas em flancos de montanhas ou, em casos em que a topografia permite, para lavra em cava. A saída do minério desmontado é feita por um túnel inferior (ádito), no qual o minério é acumulado em um ou mais chutes. Transportado nas galerias, é transferido para este chute por uma ou mais caídas de minério (poços inclinados ou na vertical), às quais se ligam aos bancos. Do ádito, continua percorrendo até a um chute ou é diretamente transportado. Caso a seção (diâmetro de abertura) do ádito permita, o acesso poderá dispor de caminhões ou vagões para o transporte.



5. 3 - SISTEMA DE FUNIL OU CONE:
Consiste em um poço inclinado ou vertical, nas rochas encaixantes, conectado ao corpo de minério por uma travessa da qual partem subidas (poços verticais) até alcançar a superfície. O minério é desmontado no fundo da cava em cones concêntricos.

Através das subidas, previamente abertas, o minério atinge as galerias que estão ligadas a um poço vertical ou inclinado, aberto próximo a cava. Posteriormente o material desmontado é içado e despejado em chutes para em seguida ser transportado.

Se houver necessidade, o poço pode ser aprofundado e novas galerias podem ser construídas.

segunda-feira, 28 de março de 2011

SEQÜÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA MINA


A seqüência de um desenvolvimento envolve todos os requisitos cogentes, de acordo com o projeto inicial ou íntegro (sujeito a mudanças no decorrer do período de vida da mina), para implementação do mesmo em uma mina em fase de abertura, produção ou fechamento. Podemos destacar por tópicos o encadeamento com base na Legislação Brasileira e nos Órgãos Reguladores do setor Mineral e Ambiental do país:

1. ADOÇÃO DO PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO (PAE) COMO DOCUMENTO, SUJEITO À MODIFICAÇÃO COM O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO;

O PAE é um relatório técnico essencial para o Requerimento de Lavra e deve ser apresentado ao órgão regulador do setor mineral em um determinado prazo após da publicação da aprovação do Relatório Final de Pesquisa; no Brasil o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) impõe prazo de um ano. Neste documento, elaborado sob responsabilidade do Engenheiro de Minas, consta todo o estudo técnico-econômico do aproveitamento da jazida mineral e a análise econômica de viabilidade do empreendimento. E integrado a este relatório estão: o Plano de Lavra (PL), o dimensionamento dos equipamentos de lavra e beneficiamento e o Plano de Resgate e Salvamento. Auxilia lembrar que o PL é o documento base para a atribuição, desenvolvimento e exploração do depósito ou massa mineral.


2. SANÇÃO DO PROCEDIMENTO E DO PLANO GERAL DE LAVRA (MÉTODO DE LAVRA QUE SERÁ UTILIZADO);

A aprovação abonada pelos órgãos competentes é fundamental para a celebração do contrato de exploração entre o Estado e o explorador, para o aproveitamento de um recurso do domínio público ou privado.


3. FINANCIAMENTO, BASEADO DE ACORDO COM OS CUSTOS ESTIMADOS DO PLANO GLOBAL DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO;

No plano de aproveitamento econômico da jazida mineral constarão projetos ou anteprojetos, que irão gerar custos ao empreendimento, referentes: ao método de mineração a ser adotado, bem como referência à escala de produção prevista inicialmente e à sua projeção; à iluminação, ventilação, transporte, sinalização e segurança do trabalho, quando se tratar de lavra subterrânea; ao transporte na superfície e ao beneficiamento e aglomeração do minério; às instalações de energia, de abastecimento de água e condicionamento de ar; à higiene da mina e dos respectivos trabalhos; às moradias e suas condições de habitabilidade, para os trabalhadores que residem no local ou próximo a mineração; às instalações de captação e proteção das fontes, adução, distribuição e utilização da água, para as jazidas da Classe VIII (jazidas de águas minerais).


4. OBTENÇÃO DA TERRA E DOS DIREITOS MINERÁRIOS, QUANDO NECESSÁRIO;

De acordo com os requisitos exigidos pelo Código de Mineração dentro da Legislação Mineral Brasileira.


5. LABORAÇÃO DOS ESTUDOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS (E.I.A.) E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (R.I.M.A.);

6. OBTENÇÃO DA LICENÇA DOS ÓRGÃOS AMBIENTAL E MINERAL;

No Brasil IBAMA e DNPM respectivamente.

O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação do empreendimento ou atividade que degrade o meio ambiente possuindo como uma de suas características a participação social na tomada de decisão, por meio da realização de ‘Audiências Públicas’ como parte do processo. Essa obrigação deve ser compartilhada pelos órgãos estaduais de meio ambiente e pelo instituto que irá conceder a licença ambiental. Em termos nacionais as principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão expressas na Lei 6.938/81 e nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97.

O órgão fiscalizador ambiental ainda deve realizar reforços na qualificação e na organização do setor de licenciamento, e disponibilizar aos empreendedores módulos de: abertura de processo, atualização de dados técnicos do projeto, solicitação de licença, envio de documentos e boletos de pagamento de taxas do licenciamento.

O licenciamento pelo órgão mineral se dá a partir do que define a Constituição Federal: ‘os recursos minerais, inclusive os do subsolo são propriedade da União’; e a legislação Brasileira que estabelece as formas, os meios pelos quais os cidadãos poderão ter acesso aos bens minerais. O DNPM sendo o órgão regulador do setor mineral tem a responsabilidade de preparar as autorizações para a exploração dos minerais e de fiscalizar a mineração. Nessa etapa existem dois caminhos possíveis para a regularização do empreendimento mineiro: registro de licença e concessão de lavra. A diferença entre eles é que o primeiro é extremamente simplificado e em questão de dias a atividade estará regularizada. O segundo é uma alternativa que passa obrigatoriamente por uma fase de pesquisa antes da obtenção do direito de explorar, por conseqüência é um pouco mais lenta. As duas têm vantagens e desvantagens e isso vai depender da visão de negócios dos exploradores.

Uma vez dada a entrada na documentação, o DNPM analisará rapidamente, verificando a disponibilidade da área, e emitirá uma exigência para a apresentação da licença ambiental. Apresentada a licença, num prazo de 15 dias, a área do projeto estará regularizada.


7. PROVISÃO DOS ACESSOS DE SUPERFÍCIE, TRANSPORTE, COMUNICAÇÃO E ENERGIA;

Providência de acessos ao local da jazida mineral; transporte para pessoas que entram e regressam calculando previamente o fluxo do trânsito da mina, de acordo com o planejamento, principalmente para escoamento de materiais, oriundos da produção, direto para a Usina de tratamento; comunicação com os demais setores da mina e o meio externo; e da energia essencial fundamental em qualquer tipo de atividade.


8. PLANEJAMENTO E CONSTRUÇÃO DA USINA (TRATAMENTO DO PRODUTO DA MINA), INCLUINDO TODAS AS INSTALAÇÕES DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO;


9. PROJETO E CONSTRUÇÃO DO DEPÓSITO DE ESTÉRIL E BARRAGEM DE REJEITOS;

De acordo com o que foi descrito no PAE, obedecendo a todos os critérios de armazenamento de material estéril ou sem valor econômico.


10. TRIAGEM DOS EQUIPAMENTOS PARA DESENVOLVIMENTO E LAVRA;

Seleção para a composição da frota caminhões, escavadeiras, etc., previamente definidos no planejamento. Maquinário ou equipamentos necessários de apoio auxiliar e nas frentes de desmonte, tais como bombas de drenagem para no caso de acúmulo de água no terreno.


11. CONSTRUÇÃO DOS ACESSOS E ABERTURAS PRINCIPAIS PARA O MINÉRIO;

Provisão de construções de estradas, poços ou galerias, acessos em geral, que afirmam o ingresso de transporte de pessoas e máquinas às áreas de extração do minério.


12. RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO;

Requisição de mão-de-obra qualificada para atender aos interesses das operações realizadas nas minas.


13. ENCERRAMENTO DO EMPREENDIMENTO OU FECHAMENTO DA MINA .

Conclusão dos trabalhos de extração da jazida mineral e inicio da recuperação ambiental do local que fora degradado, excluindo casos de recuperação simultânea com o desenvolvimento e a lavra.

sexta-feira, 11 de março de 2011

FATORES DO DESENVOLVIMENTO MINERAL

DESENVOLVIMENTO DE MINAS

FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESENVOLVIMENTO MINEIRO

1. LOCALIZAÇÃO DA JAZIDA MINERAL

A localização da jazida mineral exerce forte influência na abertura de uma mina. Esse fator causa efeitos decisivos no planejamento global do empreendimento, observe:

1.1 - Facilidade de transporte do produto para o mercado consumidor e insumos para a mina

As jazidas minerais, localizadas grandes distancias das rotas comerciais, geram alto custo na logística empregada. Os acessos até a mina ou região mineralizada tornam-se onerosos conforme os casos adversos, assim como o escoamento do produto das minas.


Algumas jazidas estão localizadas no interior dos continentes, muito distantes das rotas de transportes convencionais. Isso faz com que a empresa ou companhia exploradora gere um plano de logística rentável visando atenuar as onerosas despesas com os tipos de transportes (seja o rodoviário, férreo ou hidroviário) utilizados para levar os produtos até aos consumidores.

Um exemplo desse fator pode ser observado no mapa-esquema sem escala logo abaixo, mostrando as linhas de transporte ferroviário para escoamento de minério, da Companhia Vale, desde o local dos empreendimentos mineiros, interior do Brasil, até aos portos para seguir viagem nas rotas marìtimas de comércio e chegar aos seus consumidores


1.2 - Disponibilidade de mão de obra qualificada e serviços de suporte (moradia, educação, lazer, saúde, etc.)

A mineradora detentora de uma determinada jazida mineral, necessita de trabalhadores qualificados que garantam o bom desempenho das etapas e da expansão do empreendimento mineiro. Há casos em que o profissional contratado seja de outra região ou país, de melhor capacitação para exercer o cargo. Para abrigar esse aglomerado de trabalhadores, a empresa deve fornecer serviços de base e assistencialistas tais como: instalações residenciais, plano de saúde, escolas para os filhos dos funcionários, clube de lazer, etc.

1.3 - Impactos operacionais e psicológicos das condições climáticas

No caso em que os aspectos da região, em que se localiza a jazida mineral, afetam profundamente a capacidade funcional do empregado: regiões áridas, de altitude elevada, de outros riscos preponderantes, etc.

1.4 - Minerações são abertas apenas onde existe uma jazida mineral

Reafirmando que a localização de uma jazida mineral é rigidamente definida, a mineradora deve ser objetiva na escolha do método de desenvolvimento e do plano de lavra adequados para satisfazer as aplicações, de capital, efetuadas.



Nos casos em que o remanejamento populacional seja sigificativo, para dar ênfase ao projeto, os acordos e as negociações devem ocorrer de forma clara e objetiva. e os custos de indenização devem estar enquadrados no orçamento do plano global de estratégia da empresa.

1.5 - Um adequado gerenciamento deve compensar as desvantagens da localização


2. FATORES NATURAIS E GEOLÓGICOS

Os fatores geológicos e naturais são marcantes no desenvolvimento de uma mina. A natureza e a ação geológica combinam para governar a abertura de acessos e a instalação de alojamentos de superfície.

2.1 - Topografia e tipo de solo

As feições do terreno trabalhado são importantes para manter a estabilidade física da obra e garantir a segurança dos operários;

2.2 - Relação espacial: tamanho, forma, atitude, etc. da jazida mineralizada, incluindo profundidade

Como já mencionado anteriormente, essas características conduzem o tipo de método de explotação a ser empregado na mina bem como o seu desenvolvimento (realizado antes);

2.3 - Considerações geológicas (mineralogia, petrografia, estrutura, gênese, gradiente de temperatura, presença de água etc.)

Define a direção dos trabalhos de desenvolvimento/explotação no caso em que o teor do minério é diferente em várias regiões da jazida mineral;

2.4 - Propriedades mecânicas das rochas (resistência, elasticidade, plasticidade, dureza, abrasividade, etc.)

Define a escolha de equipamentos empregados nos trabalhos de preparação da mina, assim como na escolha dos equipamentos na execução da lavra. No caso de uma mina a céu aberto em que o estéril é representado por rochas de resistência superior ao minério, deverão ser aplicados métodos e equipamentos diferentes;

2.5 Propriedades químicas e metalúrgicas do minério

Apesar de influenciar mais a fase de beneficiamento, essas propriedades são preponderantes quando o desenvolvimento é justaposto a um ciclo operacional continuo da mina.


3. FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS E POLÍTICO-AMBIENTAIS

Os fatores sociais, econômicos, políticos e ambientais são fortemente relacionados a fatores externos e de difícil quantificação, porém costumam exercer grande influência no desenvolvimento e operação da mina.



Entre esses fatores temos:

3.1 - Características demográficas e ocupacionais da população local (força de trabalho)

A qualificação é um requisito fundamental na oferta de cargos, somente trabalhadores especializados exercerão as funções estabelecidas pela empresa. Há casos em que a atividade mineira está próxima a regiões ou centros urbanos que não oferecem profissionais capacitados, a solução está em importar esses profissionais adequados de outras regiões, distantes;

3.2 - O mercado determina a escala de produção, a continuidade da operação, etc.

A produção varia de acordo com a demanda do mercado internacional ou até mesmo nacional. O preço do produto também é fator preponderante na procura;

3.3 - Estabilidade política

Países envolvidos em guerras ou em crises não se dilatam economicamente, paralisando ou dificultando o setor do empreendimento mineiro;

3.4 - Legislação ambiental

Varia de acordo com as questões burocráticas e ambientais de uma determinada região ou país. Existem casos em que a aplicação de recursos financeiros no desenvolvimento de uma mina é inviável devido às exigências estabelecidas pelos órgãos fiscalizadores ou pelo próprio governo da região em que se localiza a reserva mineral;

3.5 Outras restrições governamentais aplicadas à indústria mineral

São peculiaridades com respeito a compostura da empresa em relação ao bem-estar social da população em volta do empreendimento, ou com relação a região em que está instalado o empreendimento mineiro.

IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO EM MINERAÇÂO

DESENVOLVIMENTO DE MINAS

IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE UMA MINA

A importância de um bom desenvolvimento é preponderante pois, praticamente o desenvolvimento só termina com o final da vida útil da mina. Contudo em lavras a céu aberto poderão ocorrer casos em que o desenvolvimento será Precedente, ou seja, antes dos trabalhos de explotação (ex. strip mining – lavra por tiras). Em lavras subterrâneas pode também se ter desenvolvimentos Precedentes (no caso de construção de vias de acesso).

Veja o exemplo em surface mining (strip mining) com as imagens apresentadas abaixo:

1- decapeamento (perfuração-explosão), retirada do estéril; 2- material estéril fragmentado; 3- material estéril depositado; 4- minério; 5- pilha de carregamento do minério.


Os esquemas A, B e C apresentam o método denominado strip-mining ou lavra por tiras numa jazida de carvão superficial. No esquema A (em bloco diagrama), observa-se que o desenvolvimento está sendo realizado paralelamente a atividade de explotação do minério, pois o trabalho de decapeamento (1) está sendo executado ao mesmo tempo em que o minério é arrancado da camada (4).


O esquema B mostra o esquema A sob outro layout de visão definindo efetivamente que em ambos o desenvolvimento é simultâneo com a lavra, esse é o caso mais comum. Porém em C fora efetuado um decapeamento antecedente (desenvolvimento precedente), ou seja a tira ficou exposta para ser extraída posteriormente.



O desenvolvimento antes de tudo deve ser enfatizado com a importância técnica-econômica pelas despesas que envolve os serviços, como principalmente pela preponderante influência: na própria produção; nos custos de produção; na produtividade; na segurança e higiene da lavra; e oferecer certa flexibilidade quanto aos métodos de lavra.

quarta-feira, 2 de março de 2011

DESENVOLVIMENTO EM MINERAÇÃO

DESENVOLVIMENTO DE MINAS


O desenvolvimento mineiro é considerado a terceira fase da mineração ou a segunda da industria mineral, em que são desenvolvidos os trabalhos de infra-estrutura, com o objetivo básico de facilitar a lavra de uma jazida mineral; trata-se das tarefas ou serviços de abertura de uma jazida onde a mina entra em contato com a superfície através de um ou mais acessos.

Esta fase deve ser executada desde que espontaneamente pressuposto o corpo mineral tenha sido favoravelmente explorado e provado ser uma jazida mineral economicamente lavrável. Nesse sentido, o corpo mineral deverá ter sido devidamente explorado ou detalhado.

O desenvolvimento pode se distinguir dos outros serviços executados na fase de exploração pela sua finalidade de incubação da mina para a lavra envolvendo os serviços necessários para uma boa eficiência e segurança dos trabalhos mineiros, tais como: vias de acesso, de ventilação, de transporte, de esgotamento, etc.


TIPOS DE DESENVOLVIMENTO


O desenvolvimento pode ser classificado pela forma como é efetuado em uma jazida mineral. A classificação pode ser de acordo com as características determinadas por fatores preponderantes de influencia econômica, geomorfológica, geomecânica, etc. Portanto os tipos de desenvolvimento podem ser agrupados: Superficial ou Subterrâneo; Precedente ou Simultâneo com a Lavra; Sistêmico ou Supletivo; Produtivo ou de obra-morta; e Legítimo ou de Exploração.


DESENVOLVIMENTO SUPERFICIAL OU SUBTERRÂNEO


Este tipo de desenvolvimento é considerado Superficial ou subterrâneo quando efetivado conforme a disposição da jazida mineral, próxima a superfície ou no interior do terreno (subsuperfície – em relevante profundidade). Corresponde a maioria dos tipos de desenvolvimentos realizados nos empreendimentos mineiros em escala global.

O desenvolvimento em Surface mining (mineração a céu aberto) é efetuado quando a jazida mineral encontra-se em profundidade relativamente pequena, próxima a superfície, ou quando a sua disposição é a mais favorável economicamente.





Em underground mining, o desenvolvimento ocorre quando a jazida mineral está a grandes profundidades, ou quando não seja viável o surface mining; no caso de não satisfazer os investimentos aplicados numa obra de abertura superficia (situações em que a jazida possui forma vertical ou inclinada).




DESENVOLVIMENTO PRECEDENTE OU SIMULTÂNEO COM A LAVRA

Quando é executado antes do início do processo de lavra ou paralelamente com essa atividade, mantendo sempre uma quantidade da jazida desenvolvida. Em alguns casos o material estéril é distribuído nos trechos já lavrados – em alguns caos de acordo com o método de lavra utilizado como, por exemplo, o strip mining.



O esquema acima mostra o desenvolvimento precedente à lavra, para extrair o minério do corpo 2 (maior em volume e teor), e o desenvolvimento paralelo a lavra, na extração do corpo 1 (menor em volume com teor inferior ao do corpo 2). Qual seria o mais viável nesta situação?


DESENVOLVIMENTO SISTÊMICO OU SUPLETIVO

Esse tipo de desenvolvimento é demonstrado quando os trabalhos são efetuados segundo um projeto global, em articulação com o método de lavra. Por outro lado, os serviços são executados eventualmente para atender vários interesses do projeto como um todo ou dos estabelecimentos locais, tais como vias de arejamento ou drenagem, saídas de emergência, etc.

O desenvolvimento Sistêmico pode abranger as vias de acesso e outro tipo de desenvolvimento, o lateral ou subsidiário em que são realizadas as vias conectivas ao corpo a partir das passagens principais de acesso e dos demais serviços mencionados, quase sempre executados em um nível da mina (se subterrânea ou a céu aberto) ou, às vezes, nos inter-níveis.


O desenvolvimento supletivo é especificado por conformidades locais, tais como a resistência do terreno onde será executada a via de serviço, no minério ou no estéril, etc.


DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO OU TIPO OBRA-MORTA

São considerados desenvolvimentos produtivos/obra-mortas de acordo com a produção de materiais minério/estéril, segundo sua localização na jazida, nas encaixantes ou nos terrenos próximos ao corpo mineralizado.

Desenvolvimentos produtivos são aqueles que geram a extração do minério. Quanto aos de obras-mortas vale ressaltar que, excluídos os trabalhos de unidades de desmonte ou frente de lavra, uma jazida mineral pode ser desenvolvida para dar ênfase aos trabalhos de extração do minério, porém, quando os serviços de explotação estão em fase de recesso ou pausa, por questões diversas, o planejamento da mina pode ser alterado e a mina desenvolvida durante a paralisação de acordo com um plano de lavra.

Um exemplo sobre desenvolvimento em obra-morta se dá quando em uma mina a céu aberto, paralisada, é realizado o decapeamento (retirada do estéril ou material de cobertura do corpo mineral) para posterior retomada das operações de extração. (veja a imagem abaixo)


Fase de Decapeamento/Desenvolvimento tipo Obra-morta: Mina de cobre do Sossego PA - os trabalhos de desmonte ocorrem somente no estéril para posterior retirada do minério.


DESENVOLVIMENTO LEGÍTIMO OU DE EXPLORAÇÃO

Estes são realizados segundo apresentem ou não o desígnio dependente de complementar a exploração da jazida, para o fornecimento de melhores detalhes do corpo, cuja intenção primordial é o conhecimento da jazida mineral.

Um desenvolvimento Legítimo (Puro) pode ser considerado um desenvolvimento Produtivo devido a este produzir o material de interesse (minério), ou Sistêmico, por estar de acordo com o plano geral ou, ainda, Precedente caso seja realizado antes dos trabalhos de lavra, pois começa a produzir minério precoce. No entanto não pode ter semelhança a uma obra-morta, por não prestar jus a ausência de produção.

O desenvolvimento de caráter exploratório irá servir apenas para angariar detalhes do corpo mineral que não foram possíveis de ser alcançados no momento da pesquisa e exploração ou somente da exploração mineral.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Legislação Mineral - CFEM

Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM


A CFEM foi estabelecida pela constituição de 1988, em seu Art. 20, parágrafo 1º e é devida aos Estados Federativos, ao Distrito Federal, aos Municípios e a União como contraprestação pela utilização econômica de recursos minerais em seus respectivos territórios.

1. Administração da CFEM


A administração, regulamentação, fiscalização e a arrecadação da CFEM cabe ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM (Lei Nº 8.876/94, art. 3º - inciso IX).


Sede do DNPM em Brasília


2. Contribuintes da CFEM


Este tributo é devido por quem exerce a atividade de mineração em decorrência da exploração ou extração de recursos minerais.

A exploração de recursos minerais consiste na retirada de substâncias minerais da jazida, mina, salina ou outro tipo de depósito mineral para fins de aproveitamento econômico.


Embargos específicos das empresas de mineração

Competência - Federal


Encargo - CFEM


Base de Cálculo - Faturamento líquido


3. Incidência do tributo


Constitui fato gerador da CFEM a saída por venda do produto mineral das áreas da jazida, mina, salina ou outros tipos de depósitos minerais, sempre após a ultima etapa do processo de beneficiamento dotado e antes de sua transformação industrial.

Equipara0se a saída por venda o consumo ou a utilização do recurso mineral em processos de industrialização.


4. Valor da CFEM


É calculada sobre o valor do faturamento liquido, obtido por ocasião da venda do produto mineral.

Considera-se para efeito de calculo como faturamento liquido, o valor da venda do produto mineral, deduzindo-se os tributos incidentes sobre a comercialização, como também as despesas de transporte do minério e de seguro.


Alíquotas aplicadas para calculo da CFEM:

PRODUTO / ALÍQUOTA (%)


Minério de Alumínio, Manganês e Potássio/ alíquota = 3

Minério de Ferro, Fertilizantes, Carvão mineral e demais substancias minerais./ alíquota = 2

Ouro / alíquota = 1*

Gemas, Gemas coradas lapidáveis, Carbonatos e Metais nobres./ alíquota = 0,2


*O ouro produzido em garimpos é isento pela lei nº 7805 de 18/07/85.

5. Prazo para recolhimento da CFEM


O pagamento da CFEM é obrigação de quem explora ou extrai minérios e será efetuado mensalmente em depósito através de guias de recolhimento nas agencias do Banco do Brasil, até o ultimo dia útil do segundo mês subseqüente ao fato gerador, devidamente corrigido.


6. Distribuição dos recursos da CFEM


Os recursos da CFEM são distribuídos da seguinte maneira:

12% para a União;
23% para o Estado onde foi extraída a substancia mineral;
65% para o município produtor.


1a.Obs: caso a mina abranja mais de um Estado ou Município devera ser preenchida uma guia / CFEM para cada um, verificando a proporcionalidade da produção efetivamente ocorrida entre eles.

2a.Obs: os Estados e Municípios são creditados em suas respectivas contas de movimento especifico com os recursos da CFEM.

7.Utilizacaoda CFEM


Os recursos originados da CFEM não poderão ser utilizados para pagamento de dividas e no pagamento do quadro de servidores permanentes.

As receitas poderão ser aplicadas em projetos que direta ou indiretamente serão revertidos em prol da comunidade local, na forma de melhorias de saúde, saneamento básico, educação, infra-estrutura, etc.


*** Para mais detalhes é só acessar www.dnpm.gov.br - CFEM

Referencia: DNPM