domingo, 10 de abril de 2011

ESCOLHA DO MODO DE ACESSO

DEVELOPMENT (WAY OF ACCESS)

Dentre as considerações básicas para a escolha do modo de acesso, no planejamento da mina, devem-se observar as condições superficiais e o comportamento do corpo. Contudo, com antecipação permanece necessário determinar se jazida foi conveniente explorada ou insuficientemente explorada.

Se a jazida foi favoravelmente explorada, o desenvolvimento será conduzido por uma adaptada coordenação com: o método de lavra adotado, o volume da extração diária pretendida e as condições físicas do corpo mineral e das rochas encaixantes. No entanto, se a jazida foi insuficientemente explorada – por uma conseqüência da deficiência técnica, na fase anterior, ou por outros casos adversos – a etapa de exploração deverá ser prosseguida, até fornecer os dados totais indispensáveis sobre a jazida mineral, ou empreender um desenvolvimento complementar da exploração procedida.

OPÇÃO PELO MODO DE ACESSO

A preferência por um determinado modo de acesso, dadas as exposições referidas, poderá ser: 1)acesso pelo minério ou pelo estéril; 2)acesso por túnel ou por poço; e/ou 3)acesso por poço vertical ou inclinado.

1) ACESSO NO MINÉRIO OU NO ESTÉRIL:

Define-se pelos fatores do comportamento do corpo mineral, pela economia com gastos da construção e/ou disponibilidade financeira.

Quando o acesso é aberto no minério há fornecimento de material útil ou de interesse, reduzindo ou mesmo abonando as despesas envolvidas com a construção (freqüentemente o minério, em alguns casos, é menos resistente do que as rochas encaixantes, o estéril , tornando mais barato o desmonte. Já no estéril, os acessos tornam-se menos extensos por serem galerias mais alinhadas (não acompanham o comportamento do corpo mineral) e mais ajustadas favorecendo a ventilação dentro da mina, além de evitarem a imobilização de pilares laterais de minério.

Portanto, as vias de acesso no minério são singulares – só em minas de reduzida importância ou conduzidas por uma ineficiente avaliação da economia imediata, falta de disponibilidade financeira, inerme visão técnica ou condições locais específicas.

2) ACESSO POR TÚNEL OU POR POÇO:

O acesso por túnel ou por poço é ditado pelas condições topográficas locais. Por túnel, a execução torna-se mais rápida e mais barata; serve à drenagem dos terrenos mais altos; não requer guincho nem torre de extração; prospectam as rochas encaixantes (se são túneis – travessas, embora túneis e cabeceiras sejam preferidos), podem facilitar o transporte para o exterior da mina com grande flexibilidade dos meios de transporte.

Por poço, os acessos são mais dispendiosos (economicamente) e de execução demorada para uma mesma extensão e seção de galerias. Em níveis inferiores ao do túnel, para a extração do minério desmontado, são necessários guinchos. Contudo um poço poderá ser de menor comprimento que o túnel, ter conservação mais barata, apresentar maior velocidade de transporte, oferecer maior capacidade específica, evitar terrenos adversos, etc.

Assim, cada caso requer um estudo comparativo em particular, não se podendo dizer, genericamente, que um túnel é preferível a um poço, ou vice-versa.


3)ACESSO POR POÇO VERTICAL OU POÇO INCLINADO:

É possível escolher unicamente um ou outro, mas também há casos de se conjugarem ambos os tipos (geralmente poço vertical continuado por poço inclinado).

Devem-se considerar fatores como: profundidade a atingir, mergulho da jazida, extração diária de minério e necessidade de materiais e pessoal, prazo disponível, natureza do terreno, disponibilidade financeira, recursos técnicos, prospectiva da mina, ocorrência de água, equipamentos, quantidade de mão-de-obra possível, etc. Qualquer destes fatores poderá ser primordial, ou mesmo excludente, em casos particulares.


INDICAÇÕES PARA ABERTURA E CONSTRUÇÃO DE UM:

POÇO VERTICAL –
indicado para corpos de grande profundidade, corpos verticais ou de forte mergulho, corpos de mergulho inferior a 6° com declividade de até 10% com grande capeamento (comumente, na lapa ou de transição);

POÇO INCLINADO –
indicado para corpos aflorantes, com mergulho de até 50°, em alguns casos, até 70° (habitualmente aberto na lapa), distante do corpo numa faixa de 5 a 15 m. Emprego de caçambas por içamento próprios em declividades superiores a 20°; utilização de correias transportadoras, em declividades inferiores a 16° ou 18°, se for viável uma econômica britagem subterrânea do minério; e em mergulho de até 12°, a possibilidade de tráfego de caminhões, trens com vagões, etc.

COMPARAÇÃO ENTRE POÇO VERTICAL E POÇO INCLINADO

Poços (shafts ou raises) são abertos, ou construídos, em mineração, para alcançar a jazida mineral, estabelecendo o ingresso e regresso de equipamentos, trabalhadores, etc.; podem ser shafts de serviços tais como os de ventilação, transporte de material desmontado, passagem de minério, etc. Contudo, as diferenças nos fatores entre as despesas na construção ou abertura, instalações, capacidade especifica, custo operacional, prazos, entre outros, é preponderante no que diz respeito ao tipo de poço seja este vertical ou inclinado.

O custo de execução da abertura é maior no poço vertical, para mesma extensão e mesma área de seção transversal. Porém para atingir uma dada profundidade, o poço vertical torna-se menos longínquo, embora determine uma maior extensão das travessas.

Com relação ao fator de capacidade específica, este é maior no poço vertical que consequentemente afeta na velocidade do tráfego (mais veloz).

As Instalações, são relevantes para averiguar a comparação entre poços, por exemplo, em uma mina o poço vertical requer menor extensão de cabos, encanamento, instalações elétricas, etc. comparado com um poço de plano inclinado, onde o comprimento do cabo de içamento, encanações, entre outros, são maiores. Comumente, o poço vertical requer menor consumo de materiais para sustentação (madeira, metal e concreto), porém nele torna-se necessário a presença de guinchos e cabos mais resistentes, torre superficial de extração e guias para as caçambas (transporte do minério) e gaiolas (transporte de trabalhadores).

Quanto ao custo operacional este é menor no poço vertical. Contudo, as despesas suplementares, nas travessas estabelecidas, podem extrapolar essas economias diretas. A manutenção do poço trata-se de um item que poderá afetar o custo operacional, sendo menor no poço vertical e maior no inclinado (em material rolante e fixo de transporte, na segurança de abertura).

Com relação à profundidade, quanto ao comprimento podem agravar muito os fatores mencionados, por exemplo: poços inclinados podem impor tambores de guincho demasiadamente grandes mais longos que os poços verticais – para evitar a superposição de camadas de cabo.

No que se refere aos Prazos das operações, sejam estes em longo, médio ou curto são preponderantes na eficiência do acesso quanto ao bom desempenho da produção, por exemplo: o prolongamento de um plano inclinado é bem mais fácil para construir do que a ampliação de um poço vertical. A grande extensão de travessas impõe mais tempo, para que o poço vertical possa atender a um determinado nível da lavra. Nessas condições o desenvolvimento terá de ser antecipado.




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