domingo, 11 de abril de 2010

PESQUISA MINERAL/PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (10)

IMAGEAMENTO TERRESTRE E FOTOGEOLOGIA

As imagens da superfície terrestre, obtidas por câmaras fotográficas ou outros dispositivos instalados em aviões ou satélites, constituem uma das mais poderosas ferramentas da cartografia geológica.

As fotos aéreas são de diversos tipos, mas às de uso mais intensivo são às fotos aéreas verticais. As fotos verticais são tomadas ao longo de linhas de voo com recobrimentos de uma foto para outra de mais ou menos 60% compondo as faixas de fotos aéreas. Entre faixas laterais se tem cerca de 10 a 15% de recobrimento. Assim podem-se cobrir, de forma sistemática, (mantidas a altura de voo e, portanto, a escala aproximada das fotos), extensas áreas de interesse para os mais diversos tipos de estudos.

O foto-indice é uma foto da montagem em quadrículas de 30'x30' em lat/long das faixas de fotos aéreas etiquetadas com o seu número próprio. A superposição de fotos com recobrimento permite simular a visão estereoscópica humana: observando-se duas fotos sucessivas com aparelhos (estereoscópios), a que fica do lado esquerdo simula uma visão do olho esquerdo no ponto acima da foto e a do lado direito, a visão do olho direito, alguns quilômetros adiante, acima da foto à direita e que recobre em 60% a foto esquerda. Isto permite ver o modelado topográfico em três dimensões.


A variação de altitude de ponto para ponto terrestre proporciona um deslocamento relativo entre eles de foto para foto sucessiva devido à perspectiva diferente entre as tomada das fotos com diferentes pontos de visão. Esta diferença de posicionamento relativo denomina-se diferença de paralaxe. É ela que permite realizar a visão estereoscópica e, importante, alem disso, as medidas de paralaxe permitem calcular as altitudes dos pontos e, a partir dai, traçar curvas de nível em mapas topográficos que são confeccionados a partir, essencialmente das fotos aéreas usando-se equipamentos especiais (restituidores aerofotogramétricos).

A visão das formas de relevo em três dimensões permite interpretar a evolução da topografia (análise geomorfológica) e os tipos de rochas e sua estruturação (fotogeologia).

Em resumo pode-se definir a sequência das etapas para a confecção de uma fotogeologia e de uma restituição topográfica em curvas de nível:


A) Fotogeologia

1. FOTOS ÁEREAS
2. RECOBRIMENTOS
3. FAIXAS DE VÔO
4. FOTOINDICES
5. FOTOS ÁEREAS
6. ESTEREOSCOPIA
7. VISÃO TRIDIMENSIONAL
8. FOTOGEOLOGIA


B) Restituição topográfica em curvas de nível

1. FOTOS ÁEREAS
2. ESTEREOSCOPIA
3. RESTITUIÇÃO TOPOGRÁFICA EM CURVAS DE NÍVEL

As imagens de satélite são obtidas pelo registro em "varreduras eletrônicas" de pontos da superfície terrestre, perfeitamente situados em latitude-longitude, quando o satélite passa em órbitas próprias, geralmente submeridianas (mais ou menos Norte-Sul), de altura de centena(s) de quilômetros. Estas órbitas sucedem-se de forma a cobrir e registrar, em intervalos de alguns dias, toda a superfície do globo terrestre.

A visão estereoscópica não pode ser usada nas imagens de satélites (com exceção do sistema Frances Spot), mas, em compensação, o registro em imagens é feito em vários intervalos do espectro eletromagnético simultaneamente (são as bandas de imageamento do satélite). Além de bandas na faixa sensível ao olho humano são registradas também imagens de outras radiações como, por exemplo, radiações infra-vermalhas. Isto significa que são obtidas imagens da reflexão solar em comprimentos de onda que não veríamos se estivéssemos dentro do satélite.

Como os diversos objetos terrestres (construções, florestas, lagos, mares, rochas, solos, etc.) absorvem e refletem diferencialmente as radiações das bandas do satélite, teremos várias imagens das mesmas cenas terrestres, obtidas no mesmo momento mas em bandas diferentes. Isto facilita a interpretação de que tipo de objeto (rocha, vegetação, etc.) foi registrado na imagem.

Esta variação de absorção e reflexão dos objetos para diversos comprimentos de onda caracteriza o que se chama de ASSINATURA ESPECTRAL de cada tipo de objeto terrestre.

O registro das imagens é feito em sistema analógico convertido para digital (números); assim, cada ponto (pixel proveniente do inglês picture cell) é definido por uma posição X e Y e valores em Z de refletância da radiação solar nas diversas bandas eletromagnéticas do sistema de satélite. Estes valores são transformados em tons de cinza ou em cores dando uma imagem do terrenos naquele(s) comprimento de onda da(s) banda(s) selecionadas. Esta imagem pode ser vista e processada em computador como um sistema numérico (x, y, z) ou ser transformada em filme e revelada como fotomapa.


SEQUENCIA:

SATÉLITE → VARREDURA ELETRÔNICA PERIÓDICA → BANDAS ESPECTRAIS → IMAGENS SIMULTÂNEAS → ASSINATURAS ESPECTRAIS → INTERPRETAÇÃO DOS OBJETOS TERRESTRES EM IMAGENS DE BANDAS DIFERENTES OBTIDAS SIMULTANEAMENTE E/OU DAS MAIS VARIADAS ÉPOCAS E ESTAÇÕES DO ANO


O fato de se tomarem imagens de satélite periodicamente permite o monitoramento ou acompanhamento de processos evolutivos, como erosão, queimadas, etc., e sazonais como floração, secas, cheias, etc., o que não era possível com a tomada de um jogo de fotos aéreas somente devido aos altos custos de um projeto aerofotografico.

Através de uma análise cuidadosa e sistemática das imagens de satélite e de fotos aéreas, o geólogo realiza a interpretação com uma visão de conjunto dos elementos registrados na área de interesse comparando-os com padrões já estabelecidos em outras regiões.

O que se vê em uma imagem? - Vemos um jogo de cores (imagem colorida) ou de tons de cinza (imagem preto e branco) em manchas mais ou menos uniformes, com delimitações bruscas ou transacionais que correspondem, com aproximação, a realidade imageada. As variações de tons correspondem à reflexão da luz solar ou de outras radiações eletromagnéticas utilizadas pelos equipamentos de imageamento (máquinas fotográficas, sensores eletrônicos, etc.). Estas variações são fruto, essencialmente, da topografia (jogo de luz e sombra) e das características físico-químicas da superfície das áreas imageadas (absorção, reflexão solar diferenciadas para objetos físico-químicos diferentes).


A imagem de um objeto depende, intrinsecamente, de suas características:

a) TOPOGRAFICAS E FÍSICO/QUÍMICAS

O que é que o geólogo vê nas imagens da superfície terrestre e que servem para interpretação das mesmas ?

Resposta: CHAVES DA INTERPRETAÇÃO FOTOGEOLÓGICA: 1 – RELÊVO, 2 – DRENAGEM e 3 – TONALIDADE.

Há uma relação de causa e efeito entre as imagens terrestres, analisadas com estas chaves, e as rochas e estruturas geológicas da região pesquisada que podem ser correlacionadas a padrões dentro de condições climáticas análogas.

O relevo é identificado pelo jogo de sombras em áreas claras (iluminadas) e escuras (sombreadas) ou pela visão em três dimensões com pares estereoscópicos; ele permite se ter uma idéia do tipo de rocha e das estruturas destas rochas. O relevo alto implica em rocha resistente aos processos intempérico/erosivos (ex. quartzitos) e relevo baixo, o contrário (ex. ardósia, rochas feldspáticas, etc.).

Já a simetria ou assimetria de relevo, o lineamento de cristas ou de áreas baixas, permitem interpretar as estruturas das rochas: camadas que mergulham com ângulos desde fracos a medianamente fortes, em relevos assimétricos, tendem a apresentar vertentes mais íngremes do lado oposto ao do mergulho; a continuidade de cristas não alinhadas podem estar indicando uma camada dobrada; o alinhamento de cristas e vales podem indicar a existência de uma linha de falha.

A drenagem (rios, riachos nas fotos aéreas ou outras imagens permite inferir, também o tipo de rocha e estruturas geológicas em muitos casos. Assim, dentro do princípio de causa e efeito, as regiões com rochas (mais solos) impermeáveis como os folhelhos, ardósias, etc. apresentam drenagem densa com muitos riachos e córregos (águas pluviais escoam por inúmeros pequenos vales) e, pelo contrário, áreas com rochas (mais solos) permeáveis como os arenitos, calcários, etc., apresentam drenagem rala com poucos talvegues.

Vales retilíneos isolados podem retratar estruturas de fraturas e de falhas onde penetra água da chuva e altera e erode mais rapidamente as rochas formando o vale. Além disso, as rochas nas falhas são frequentemente moídas e, com isso, são mais intemperisáveis/erodíveis do que a rocha não fraturada.


O PADRÃO DE DRENAGEM depende de:

i. PERMEABILIDADE DO SOLO E ROCHAS que depende da
ii. NATUREZA DA ROCHA
iii. ESTRUTURAS DAS ROCHAS


TONALIDADE
- Os tons de cinza mais escuro em fotos pancromáticas (Pancromática = captam "todas" radiações de cores visíveis ao olho humano) correspondem a vegetação mais densa e/ou solos e/ou rochas de maior absorção da radiação solar.

A vegetação está relacionada com o tipo de solo. O solo autóctone (não transportado por cima de outros solos e do subsolo rochoso), com sua composição, umidade e cobertura de vegetação próprios relaciona-se com o tipo de rocha que o originou e que está abaixo em uma cadeia de relação de causa e efeito. Assim, a tonalidade, além de corresponder as variações devidas ao relevo pode fornecer subsídios muito valiosos na interpretação do tipo de rocha. As rochas de composição mais básica (Mg, Fe, Mn, etc.) tendem a apresentar tons mais escuros produto de vegetação mais densa e/ou mais absorção (componentes de Fe, Mn, principalmente) de seu solo + rocha, enquanto as mais silícicas ou ÁCIDAS (quartzitos, granitos, etc.) são mais claras nas fotos, em geral.

A vegetação primária vem sendo cada vez mais substituída por vegetação plantada o que pode distorcer o padrão fotogeológico. Por exemplo, capim, que é claro na foto aérea tem sido frequentemente, plantado para criação de gado em regiões desmatadas (a mata era escura na foto antes do desmatamento).

A dispersão ou concentração dos raios refletidos, devido a rugosidade e inclinação do relevo, propicia um jogo de luz e sombra (tons mais escuros e mais claros) devido à variação topográfica. Os vários tipos de rochas apresentam topografia geral ou detalhada que pode lhe ser característica e, assim, o padrão de tonalidade (jogo de luz e sombra) dado pela rugosidade do terreno pode indicar o tipo de rocha provável deste padrão.


TONALIDADE DA IMAGEM depende de:
ABSORÇÃO/REFLEXÃO SOLAR que depende dos
seguintes fatores interrelacionados, entre outros:

1) DENSIDADE DA VEGETAÇÃO
--- TIPO DE SOLO + UMIDADE DO SOLO
2) COMPOSIÇÃO DO SOLO E DA ROCHA
3) PROPRIEDADES FISICAS DO SOLO E DA ROCHA
4) CLIMA
5) TOPOGRAFIA (JOGO DE LUZ E SOMBRA)

FOTOGEOLOGIA
Com base nos padrões fotogeológicos e na foto-análise sistemática da área, o geólogo interpreta os tipos de rocha e suas estruturas. Deve ser lembrado que é muito comum, especialmente no Centro-Oeste, uma fina capa de laterita (formada durante etapa de erosão culminada em aplainamento regional) sobre as rochas mais antigas dissimulando a geologia subjacente.

Aliando todos os elementos da fotointerpretação, traçam-se em transparências sobrepostas às imagens: prováveis contatos geológicos, falhas, fraturas, diques, mergulhos de camadas, etc.

A fotogeologia traçada nas transparências (overlays) junto com elementos topográficos de amarração (drenagem, estradas, etc.) é passada para um mapa fotogeológico cuja escala é a do mapa geológico final ou, de preferência, o dobro da escala final. Estas interpretações são verificadas nas etapas de campo sendo recomendável já ir fazendo as correções no campo devido: a sua praticidade; 2 - não serão esquecidas as informações que geraram estas correções; 3 - o traçado final do mapa geológico resultará em questões que deverão ser resolvidas já no campo.

PESQUISA MINERAL/PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (9)

PERFIS TOPOGRÁFICO-GEOLÓGICOS (roteiro de construção)


Dentro dos procedimentos de pesquisa geológica a descrição e análise macroscópica, dos afloramentos em estudo, devem ser fundamentadas de acordo com um padrão específico que pode ser seguido a rigor, sim ou não. Veja como pode ser elaborado o perfil:

1º - SELEÇÃO DA DIREÇÃO DO PERFIL:
o geólogo deve observar e optar pela direção perpendicular do perfil com relação às camadas ou as estruturas em estudo; representatividade das unidades geológicas e sua inter-relação estrutural; corte pelos corpos de minério ou feições geológicas em estudo e que se quer representar no perfil.

2º - MARCAÇÃO DOS PONTOS EXTREMOS:
marcação no mapa geológico identificando-os (por exemplo, A-B, C-C, etc.). Vale ressaltar que um mesmo perfil geológico, de acordo com as conveniências, pode incorporar vários segmentos de reta em mapa desde que façam pequenos ângulos entre si. A linha que une os pontos extremos de cada segmento de reta pode ser traçada a lápis.

3º - VERIFICAÇÃO DE COTAS:
Verificar ao longo da linha quais as cotas máximas e mínimas.

4º - EXAGERO VERTICAL:
Selecionar exagero vertical e marcar em papel milimetrado os pontos limites da seção ou corte geológico e a escala vertical ou altimétrica com os valores das cotas máximas e mínimas bem como dos intervalos de curvas de nível de ambos os lados do perfil ou corte.

5º - TRANSPOSIÇÃO PONTOS DE INTERSEÇÃO DAS CURVAS DE NÍVEL:
Transpor do mapa pontos de interseção das diversas curvas de nível com a reta que indica a seção geológica no mapa para papel milimetrado marcando estes pontos na escala vertical de acordo com sua altitude.

6º - DESENHO DA SUPERFICIE:
Desenhar a superfície topográfica unindo os pontos sucessivos marcados, conforme 5º, de forma a mostrar um modelado mais próximo possível da realidade topográfica; para tanto evitar os traços retilíneos.

7º - IDENTIFICAR CONTATOS GEOLÓGICOS:
Marcar no papel milimetrado contatos geológicos, tais como falhas, fraturas, etc., transpondo-os para a superfície topográfica modelada.


8º - CALCULO DE MERGULHO:
Calcular mergulhos segundo a linha do perfil (mergulho aparente);

9º - CALCULO DE ÂNGULO:
Calcular ângulo de acordo com o exagêro vertical (correção de exagêro vertical sobre o mergulho aparente ao longo do perfil para cada mergulho de camada ou de falha) marcar, para cada ponto, o mergulho encontrado como um pequeno segmento de reta a partir da superfície topográfica.

10º - UNIÃO DE LINHAS:
Unir as linhas de mesmo contato de acordo com as interpretações estruturais indicadas em mapa como sinclinais, anticlinais, etc., nas profundidades calculadas (abaixo) ou mais prováveis de acordo com a sua interpretação.

11º - ELEMENTOS QUE DEVEM CONSTAR NO PERFIL GEOLÓGICO:
título ou identificação; orientação; escalas H e V gráficas; escala H numérica e exagero vertical; letras de identificação dos limites (marcadas, também, no mapa); legenda com simbologia das unidades geológicas (se o perfil está no mesmo documento que o mapa geológico, utilize as mesmas convenções no que couber); identificação dos principais elementos geográficos interceptados pelo perfil; data; responsabilidade (autoria); e o perfil topográfico-geológico propriamente dito.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

PESQUISA MINERAL/PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (8)

MAPEAMENTO: ALTÍMETRO, CLINÔMETRO E A BÚSSOLA DE GEÓLOGO

ALTÍMETRO

O altímetro é largamente usado em geologia: em serviços topográfico/geológicos expeditos, em reconhecimento geológico, como auxiliar na localização em campo, etc. Uma câmara metálica com vácuo permite se medir as variações de pressão atmosférica através de ponteiro. Há uma correlação entre pressão atmosférica (coluna de ar acima do ponto que está sendo medido altimetricamente) e a altitude do ponto registrada no limbo. Além da própria altitude do ponto existem outros fatores que alteram ou modificam a pressão atmosférica exigindo, portanto, correção de medidas do altímetro: temperatura (altera a densidade do ar), umidade relativa, correntes aéreas, etc.

Técnicas de uso:
1 - Quando executar perfis geológicos de reconhecimento procure calibrar o altímetro ao iniciar o perfil e sistematicamente sempre que passar em pontos cotados do terreno (marcos geodésicos; RN (referências de nível) ou simplesmente pontos com altimetria calculada de mapa regional) anotando a hora e o valor para mais ou para menos da correção.

2 - Quando realizar trabalhos de mapeamento sistemático em uma região procure corrigir as medidas altimétricas de forma sistemática. Existem diversas técnicas para tanto:

a) Tendo-se somente um altímetro para o serviço, em estação fixa são feitas medidas de altitude (variação barométrica) em intervalos de tempo definidos para estabelecer curva de controle para a região em estudo. Esta curva é representada em gráfico: x = hora do dia; y = variação "altimétrica" (barométrica). Este gráfico servirá para correções das medidas enquanto não houver variação climática significativa.

b) Usando dois altímetros, um fica fixo no acampamento para se medir as variações "altímetricas" do mesmo ponto fixo (tarefa realizada pelo cozinheiro ou auxiliar) todos os dias enquanto o outro(s) altímetro(s) realiza o levantamento de campo. As medidas do altímetro de serviço são corrigidas através das curvas diárias de variação barométrica.

c) Com um altímetro só, partindo-se de um ponto de controle faz-se o retorno de tempos em tempos ao ponto de controle cotado. Pontos novos assim cotados altimétricamente e situados em locais estratégicos passam a ser novos pontos de controle para outro salto da rã. Pode-se também usar vários pontos cotados se forem conhecidos previamente: a cada passagem pelo ponto cotado o altímetro é reajustado e as medidas realizadas entre cada passagem de controle corrigida proporcionalmente (função linear) ao tempo desde a última correção.


CLINÔMETRO

O clinômetro mede ângulos no plano vertical. É usado para levantamentos topográficos expeditos (cálculo de altitude); para medidas geológicas como valor de mergulho de uma camada ou de uma lineação; para o cálculo da altura de um paredão cujo topo seja inacessível.

A bússola do geólogo incorpora um clinômetro que permite medir os ângulos no plano vertical através de limbo graduado em graus e em gradientes percentuais. Funciona com uma bolha de nível com braço perpendicular que gira em torno do limbo graduado o qual, por sua vez, relaciona-se à linha de visada ou superfície de contato com o plano que se quer medir a inclinação.

Entre outros cuidados nas medidas: 1) de tempos em tempos verificar o estado da bússola; a articulação do braço com a bolha de nível pode estar rompida e as medidas serem completamente erradas; 2) cuidado para não trocar as graduações: graus= medida angular com %=medida de gradiente expresso em porcentagem (45º-100%).


Medida de diferença de cota (altitude) entre dois pontos
1 - Medida por nível (clinômetro fixo em 0o) na altura dos olhos. A diferença de altitude será dada por n x h sendo n o número de visadas e h a altura dos olhos do geólogo.


2 - Medida de ângulo ou de porcentagem. A diferença de altura entre dois pontos será dada por:
a) d . g%


Sendo d=distância entre os dois pontos projetada no mapa em escala e g%=valor da porcentagem do gradiente topográfico medido c/ clinômetro. Obs. a medida da distância no terreno => hipotenusa ≈ cateto para ângulos pequenos,


Ou

b) d . sen σ


Sendo d=distância entre os dois pontos (no terreno - hipotenusa ) e σ = valor angular do gradiente topográfico medido com o clinômetro.
Recomenda-se sempre visar à 'ré' para confirmar o valor angular ou de porcentagem medido. As distâncias no terreno podem ser medidas a passo (muito precária), trena ou substituto, como por exemplo cordão de nylon com nós para subdivisões.


BÚSSOLA DE GEÓLOGO

Utilidade

Mede rumos ou azimutes e consequentemente variações angulares no plano horizontal. O clinômetro associado mede ângulos (ou %) em planos verticais.

Princípio de Funcionamento

Agulha imantada que aponta para o N (Norte) magnético permite medir por visadas horizontais o rumo em graus com relação ao N magnético (projetado no plano horizontal). A diferença angular entre N verdadeiro (Nv) e magnético (Nm) é a declinação magnética que varia com o ponto na superfície terrestre e com a data. Sendo conhecida a declinação, pode-se corrigir a medida angular do rumo somando-se ou subtraindo-se este valor para se ter o rumo verdadeiro. Na bússola de geólogo isto é feito fisicamente desviando o Norte da bússola da linha de visada no valor angular da declinação através de um parafuso de compensação da declinação. Isto acertado não é necessário mais se preocupar em corrigir o valor da declinação para obter o rumo com o Norte verdadeiro naquela área pois as medidas já são compensadas com o valor da declinação marcada na bússola.

Dificuldade da inversão dos quadrantes E (Leste) e W (Oeste) na bússola de geólogo

Deve-se ao fato de que as visadas com a bússola de geólogo são feitas com a linha N-S da bússola lendo-se o ângulo do rumo pela ponta N da agulha enquanto que com bússolas tradicionais, faz-se a coincidência da agulha com o 0º do limbo e a medida do rumo é feita com visor (mira ou luneta) sobre a bússola orientada.

Tipos de visadas para aferir o rumo:

1) normal: visando o ponto dentro do alinhamento da linha fiducial no espelho com a pínula da bussola; 2) na altura dos olhos: visando o objeto através do orifício da pínula e do circulo vazado do espelho (neste caso o rumo será dado pela ponta S da agulha imantada).

Obtendo mapa planimétrico com a bússola através de TRIANGULAÇÃO
Dados dois pontos bem definidos entre si (linha de base) e de fácil reconhecimento no terreno pode-se desenvolver o levantamento de vários outros pontos de interesse, com relativa precisão, através de sistema de TRIANGULAÇÃO. Para isto, inicialmente, em mapa na escala selecionada é marcada a linha de base, indicando-se o N verdadeiro; em cada ponto de interesse geológico visa-se com a bússola os pontos definidos da linha de base e marcam-se estes rumos como linhas retas passando pelos pontos visados da linha de base do mapa. A interseção destas retas definirá a posição do ponto. Querendo-se determinar, também a altitude, faz-se necessário nestas visadas usar o clinômetro da bussola; assim, tendo-se a distancia "d" medida em mapa (cateto) e o angulo "a" vertical obtem-se a diferença de cota "h" (outro cateto), nossa incognita é: h= tg a x d

Atitudes de Camadas
Antes de medir a direção e mergulho do plano geológico:

1)verificar se a superfície é realmente a de estratificação (pode ser plano de erosão, tectônico, junta, etc.); 2) verificar se o afloramento não é, na realidade, um bloco rolado ou deslocado; 3) verificar se a rocha não é magnética; para tanto aproxime e afaste a bússola da rocha procurando não mudar a sua posição com relação ao N mag; 4) verificar se o braço do clinômetro não está solto.

Se o plano exposto for irregular, usar a caderneta para obter um plano médio. Se a camada tiver forte mergulho ou estiver "recortada" por plano horizontal como estrada nivelada, poça d'água, etc. ler a direção da camada diretamente com a bússola nivelada. Caso a camada apresente um ângulo fraco de mergulho, coloque o clinômetro em 0° (zero graus) e marque no plano exposto da rocha a linha horizontal com a bolha em nível e a bússola encostada no plano.

Meça o ângulo de mergulho perpendicularmente a direção marcada na superfície da rocha.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

PESQUISA MINERAL/ PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (7)

MAPAS TOPOGRÁFICOS E GEOLÓGICOS
Veja algumas noções sobre cartografia no link Noções Básicas de Cartografia - IBGE ou acessando o site do IBGE www.ibge.gov.br

1. CLASSICAÇÃO POR TIPOS DE MAPAS
Os mapas podem ser classificados de acordo com o nível de expressão gráfica:

MAPAS-BASE – São aqueles que expressam graficamente num plano horizontal a forma, o tamanho e a distribuição espacial da superfície terrestre. Podem ser classificados como: planimétricos; plani-altimétricos ou topográficos; fotomapas; etc.

MAPAS TEMÁTICOS – são os que compõe características restritas de um determinado local da superfície terrestre, utilizando uma atribuição comum: vegetação, mapas sobre a situação da vegetação local; tipos de solos, mapas pedológicos; geologia, mapas geológicos; mapas geofísicos; geoquímicos; hidrogeológicos; etc.
^ Exemplo de mapa temático: geológico (clique na imagem acima para ampliar).
MAPAS-ÍNDICE , INDEX OU REFERENCIAIS – são os mapas pré-elaborados, que servem para apontar locais de interesse prospectivo ou outros fins. Exemplos: índice dos levantamentos geológicos; índice dos levantamentos aerofotográficos; índice dos levantamentos pedológicos; etc.

MAPAS DE "PONTOS" OU AFLORAMENTOS – conhecidos e semelhantes aos mapas-índice, os mapas de afloramentos representam a descrição dos afloramentos de uma determinada região.

Veja diversos tipos de mapas no site do IBGE

2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ESCALA
Veja nas postagens anteriores - PESQUISA MINERAL PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (1) –
‘A ESCALA DE TRABALHO E A DENSIDADE DE INFORMAÇÕES’


3. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
As projeções podem ser classificadas de acordo com os seguintes fatores:

A- quanto às deformações:
1) CONFORMES: mantém os ângulos e as formas dos elementos projetados.
2) EQUIVALENTES: mantém as relações de superfícies areais.

B- quanto ao "plano de projeção":
1) AZIMUTAIS:plano tangente a esfera no centro da área representada em mapa
2) CILINDRICAS: cilindro tangenciais ou secantes ao esferóide
3) CÔNICAS: cone ou cones tangenciais ou secantes ao esferóide








C- quanto ao ponto de origem da projeção:
1) ORTOGRÁFICAS: ponto está no infinito
2) CENTRAIS: ponto esta no centro da Terra
3) ESTEREOGRÁFICAS: geralmente o ponto escolhido é o antípoda ao centro da área representada
4) Entre as projeções de maior uso na Geologia do Brasil, tem- se as POLICONICAS para representar todo o Brasil (escalas 1:2.500.000, 1:5.000.000 principalmente); a CONICA CONFORME DE LAMBERT (escala 1:1.000.000 por exemplo) na qual os meridianos aparecem como retas que convergem para um ponto e os paralelos são semi-circulos com um centro comum (fora do mapa). A projeção de maior uso nos trabalhos de geologia sistemática é a UTM (projeção Universal Transversal de Mercator).

4. SISTEMAS REFERÊNCIAIS
4.1. COORDENADAS GEOGRÁFICAS (LAT/LONG= LATITUDE - LONGITUDE)
Todas as informações com coordenadas geográficas devem ter por base:
Origem - Meridiano 0o: Greenwich, Inglaterra (180º para W e 180º para E)
Paralelo 0º : linha do Equador (90º para N e 90º para S)
Unidades - angulares: graus (360º), minutos (60'), segundos (60")

4.2. COORDENADAS U T M
O sistema de coordenadas UTM é um sistema ortogonal dimensionado em metros (ou quilômetros) em Norte (eixo de y) e Este (eixo de x). A projeção é cilíndrica central e limitada a faixas de meridianos de 6 graus, ou seja, a cada múltiplo de 6 graus meridianos, passa-se para outro cilindro (Zona UTM ou Fuso UTM) de projeção.

Os cilindros teóricos de projeção tangenciam linhas meridianas (=meridiano central) centrais de cada fuso (na verdade são secantes para uma melhor distribuição de erros da projeção). Assim, para todo o globo terrestre, tem-se 60 zonas ou cilindros de projeção UTM começando a numeração a partir do anti-meridiano de Greenwich no sentido leste (Exemplo: Zona ou fuso #1 = 180° - 174°W). Dado um meridiano, para saber a zona aplique para o Brasil a fórmula: zona=30-inteiro(meridiano/6).

A dificuldade maior neste sistema é que em áreas abrangendo duas zonas tem-se dois mapas com referenciais diferentes. Para superar este problema usa-se um cilindro de projeção fora do padrão internacional ou se usa o sistema de um dos cilindros aumentando o erro de projeção dos espaços terrestres referentes ao outro cilindro. Este é o caso do mapa em UTM do Distrito Federal em que utilizou-se como meridiano central 48°W o qual, na convenção internacional é um limite de zona (múltiplo de 6o meridianos).

Origem do sistema: para as coordenadas E (leste) a origem é o Meridiano Central da Zona UTM e para as coordenadas N (norte) a origem é o Equador.

Unidades: em metros. As coordenadas sempre tem valor positivo. Para não se ter valor negativo no sistema de coordenadas UTM, usa-se o artifício de somar valores em N e em E ao ponto de origem. Assim, a coordenada E de origem é somado o valor de 500.000 (metros) crescendo sempre de W (oeste) para E (leste) e a coordenada N de origem o valor de 10.000.000 (metros) crescendo sempre de S para N.

Observação: notar que os traços de paralelos e meridianos (sistema de coordenadas geográficas lat/long) nos mapas não coincidem com os traços do sistema ortogonal UTM, podendo formar ângulos apreciáveis nas partes mais externas da zona. Assim os mapas que tem meridianos próximos a múltiplos de 6 ( limites das zonas cilíndricas de projeção) são os que mostram a maior diferença entre as direções dos traços dos meridianos e paralelos ( bordas dos mapas) e as da rede UTM indicada internamente no mapa.


6. MÓDULOS CARTOGRAFICOS INTERNACIONAIS E BRASILEIROS **
O sistema cartográfico nacional define módulos variáveis de acordo com a escala cujos limites são definidos pelo traço de coordenadas geográficas, independentemente da projeção. Os módulos recebem siglas padronizadas para identificar cada módulo e a sua escala. Os módulos e as siglas de escalas menores (1:1.000.000) seguem padrão internacional.
** Consultar Norma do DNPM a respeito do assunto.

6.1. Padrão Cartográfico 1:1.000.000

As folhas ao milionésimo apresentam um corte de 6º de longitude, em múltiplos a partir do meridiano de Greenwich e coincidentes com as zonas UTM, por 4º de latitude, em múltiplos a partir da Linha do Equador.

As siglas internacionais das folhas ao milionésimo seguem as seguintes regras: ao norte do Equador a sigla inicia por N e ao sul por S; a cada 4 graus de latitude, são indicadas letras crescentes A, B, C, D, etc.; assim as folhas ao sul do Equador, entre 0 e 4º são as folhas SA, entre 4 e 8º, são as SB, etc. Já às ao norte recebem a sigla NA, NB, NC, etc.; para fechar a designação da folha, à indicação da posição em paralelos, deve-se acrescentar a posição em meridianos que corresponde à designação da zona UTM; assim, por exemplo, um local com as coordenadas 13º 25' S x 43º 30' W está situado na folha ao milionésimo SE23 - designada Folha Belo Horizonte. Observe a localização da folha BH na CIM (Carta Internacional ao Milionésimo


6.2. Desdobramento do padrão Cartográfico 1:1.000.000 e sua nomenclatura

a - Padrão 1:500.000 - múltiplos de 2º de latitude por 3º de longitude - 4 folhas:V,X,Y,Z.
b - Padrão 1:250.000 - múltiplos de 1º de latitude por 1º 30' de longitude - 4 folhas: A,B,C,D.
c - Padrão 1:100.000 - múltiplos de 30' de latitude por 30' de longitude - 6 folhas: I,II,III,IV,V,VI.
d - Padrão 1:50.000 - múltiplos de 15' de latitude por 15' de longitude - 4 folhas: 1,2,3,4.
d - Padrão 1:50.000 - múltiplos de 7'30" de latitude por 7'30" de longitude - 4 folhas: NW,NE,SW,SE.

Agora veja o desdobramento no mapa (exemplo):


8.PADRONIZACAO DE MAPAS GEOLOGICOS

Necessidade de padronização para facilitar a "leitura" do mapa. Disposição das informações periféricas (layout).
Consultar norma especifica do DNPM.

9.A INTERPRETAÇÃO (LEITURA) DE MAPAS GEOLÓGICOS
É muito importante que o geólogo saiba ler mapas geológicos buscando "ver" a geologia em três dimensões a partir do mapa que tem, efetivamente, só duas dimensões. Assim sugere-se sempre uma análise atenta do mapa geológico em estudo compreendendo, entre outros, os seguintes passos:

a)Situar a região abrangida localizando-a em mapa (geológico e topográfico) de menor escala que forneça uma visão mais regional;
b)Estudar a coluna geológica, as convenções e a simbologia,buscando os pontos de interesse no mapa e um entendimento da "linguagem gráfica";
c)Perceber a escala do mapa e as dimensões das unidades geológicas;
d)"visualizar" a disposição das camadas geológicas (horizontais, verticais, inclinadas, dobradas, etc.) através da relação topografia x atitudes de camadas;
e)"visualizar" o desenvolvimento lateral versus posição estratigráfica das diversas unidades geológicas; realizar perfis topográfico-geológicos se necessários para um melhor entendimento da geologia em profundidade.

terça-feira, 6 de abril de 2010

PESQUISA MINERAL/ PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (6)

DIRECIONAIS DE CAMADA ou CURVAS DE CONTORNO ESTRUTURAL

1. CONCEITO

As direcionais de camada ou curvas de contorno estrutural são análogas às curvas de nível diferindo somente na superfície que está sendo representada cartograficamente: - enquanto que as curvas de nível representam o modelado topográfico, as curvas de contorno estrutural representam uma determinada superfície estratigráfica (subterrânea em sua maior extensão).


2. CURVAS DE TOPO E DE BASE DE CAMADAS

As curvas de nível do contato superior de uma camada geológica são designadas curvas de topo da camada e às do contato inferior são chamadas de curvas de base da camada. A existência de diversas superfícies estratigráficas de interesse em uma área exige, para a necessária clareza do mapa, que cada superfície seja representada com simbologia de espessura, tipo e/ou cores de traços próprias e bem identificadas na legenda. É muito importante também que a equidistância vertical seja a mesma para as curvas de nível das diversas superfícies estratigráficas e, se possível, igual à das curvas de nível topográfico, para facilitar a visualização e comparação dos diversos relevos e para a aplicação de cálculos diversos.

3. CALCULANDO ESPESSURA VERTICAL DE CAMADA

Calcula-se a espessura vertical de camadas a partir da diferença entre cotas da curva de topo e de base da camada.

4. CONCEITO DE ISOPACA E SUA UTILIDADE

Curvas isopacas são curvas de mesma espessura real de camada e são utilizadas para medir ou especular sobre o volume de minério, de ganga, etc.

5. CASO DE PLANOS PARALELOS

Podem ser denominadas de linhas paralelas, também, tratam-se de linhas direcionais que são precisamente, ou não, retas e paralelas.

6. INTERSEÇÃO DE PLANOS GEOLOGICOS COM A SUPERFICIE TOPOGRAFICA

A interseção dos planos geológicos com a superfície topográfica pode ser inserida de acordo com a orientação das camadas
a. Planos horizontais
b. Planos verticais
c. Planos paralelos ao talvegue
d. Planos mergulhando p/montante do vale (contra o declive do talvegue)
e. Planos mergulhando p/juzante c/angulo maior do que o do talvegue

segunda-feira, 5 de abril de 2010

PESQUISA MINERAL / PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (5)

MAPAS TOPOGRÁFICOS - CURVAS DE NÍVEL

1. CONCEITO
Curva de nível é uma linha marcada em planta ou mapa topográfico e que representa os pontos de mesma altitude do terreno. Os limites de água do Lago Paranoá quando cheio até a cota de 1.000m de altitude, por exemplo, consubstanciam, fisicamente, uma curva de nível de 1.000m no terreno.

2. UTILIDADE
As curvas de nível permitem uma representação cartográfica do modelado do relevo (3 dimensões) o que atende a inúmeras finalidades, além de, naturalmente, daquela que é a primordial (visualização das formas do terreno), a saber, entre outras: cálculo de volumes de terra; traçado de estradas por declives selecionados; cálculo de zonas ou faixas de visibilidade (militar, telecomunicações, etc.).

3. PADRONIZAÇÃO E EQUIDISTÂNCIA DE CURVAS DE NÍVEL
Para conseguir "sentir" o modelado do terreno de maneira correta em um mapa e, também, realizar cálculos com curvas de nível, estas, assim como os demais elementos cartográficos, físicos ou não, devem ser padronizadas em cores, espessura de traço.

Representação das curvas de nível com eqüidistância 40m
Observando um mapa exemplar pode-se verificar que: as curvas de nível estão representadas em cor sépia que é o seu padrão; elas apresentam valores de cotas ou altitudes que variam em linhas eqüidistantes (medidas em metros de 20, 40 ou 50, etc.), ou seja, elas representam uma equidistância vertical do terreno; as curvas múltiplas (como por exemplo de 120, 160 ou 200, etc.) têm uma espessura de traço mais grosso, facilitando o seu acompanhamento em mapa já que este apresenta só localmente os valores de altitude indicados nas curvas de nível; o topo de um morro deve ser indicado – normalmente a simbologia é um x ao lado do qual se coloca o valor da altitude em metros.

4. GRADIENTE TOPOGRÁFICO E DISTANCIAMENTO DAS CURVAS DE NÍVEL
Observando a reprodução de um mapa esquemático, além das curvas de nível, ele apresenta o relevo através de um sistema sombreado que permite ao observador perceber as feições do terreno. Nas encostas íngremes, as curvas de nível são visivelmente próximas, enquanto em relevos menos escarpados a horizontalizados, caso de planícies e platôs, as curvas de nível apresentam-se distantes.

5.PRINCÍPIO DO NÃO-CRUZAMENTO DE CURVAS DE NÍVEL
A partir de um exemplo de mapa topográfico o geólogo pode notar que comumente não existem locais onde as curvas de nível se cruzam, pois as curvas, nesse sentindo (cruzando-se), significarão que existe um relevo com gradiente negativo o que é raríssimo e, geralmente, de extensão vertical limitada.

6. REGRA DOS V's EM TALVEGUES
As curvas de nível ao cruzarem um talvegue (talvegue é a linha mais funda de um vale) apresentam uma forma de "V" que aponta para a montante da drenagem.

7. MODELADO TOPOGRÁFICO E CURVAS DE NÍVEL RELACIONADAS
Analisando um terreno acidentado pode-se verificar a relação entre as formas dos vales, cristas/cumeadas, espigões, etc. côncavas ou convexas, agudas ou suaves, e as respectivas formas e das curvas de nível que as representam.

ESPIGÕES - os espigões (pontas de cristas/cumeadas de morros) normalmente tem formas topográficas convexas. Exceções relacionam-se a regiões com erosão glacial ou com veios ou camadas muito resistentes a erosão e com mergulhos fortes, originando cristas pontiagudas. Assim, como regra as curvas de nível da topografia de espigões, seguem os padrões: CRISTAS, VALES EM "V", VALES ABERTOS E EM "U", SELAS, BOQUEIRÕES, MORROS REDONDOS, CUESTAS, etc.

8. TRAÇADO DAS CURVAS DE NÍVEL
O traçado das curvas de nível é dado pelo princípio de interpolação de cotas entre pontos próximos com gradiente topográfico uniforme (sem talvegues e sem morros entre eles).

9. SELEÇÃO DOS PONTOS COTADOS DURANTE O LEVANTAMENTO DE CAMPO
Dois critérios principais envolvem a seleção destes pontos:
I - CRITERIOS GEOLOGICOS: contatos, afloramentos estudados, falhas, etc.
II - CRITERIOS TOPOGRAFICOS: linhas de talvegue e drenagens; quebras de relevo (onde muda o gradiente topográfico); vias de acesso; confluências de drenagens, etc.

10. CALCULANDO COTAS DE PONTOS NO MAPA TOPOGRAFICO
O calculo é atribuído por fatores, tais como:
a. Por interpolação (regra de três no maior gradiente);
b. Graficamente (projeção de perfil topográfico);
c. Método expedito.

PESQUISA MINERAL /PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (4)

O ESTUDO DE AFLORAMENTOS

Esse procedimento, algumas vezes, pode ser executado por técnicos em mineração desde que com a supervisão de um ou mais geólogos.

1. ANOTAÇÕES DE CAMPO
Os dados de campo são registrados em uma caderneta de campo cuja capa deve ser dura tanto para proteção quanto para auxiliar na tomada de medidas de camadas com a bússola. As dimensões aproximadas são de 15x20cm. As folhas devem ser, de preferência, quadriculadas em tom cinza esmaecido facilitando o desenho esquemático de afloramentos e de seções geológicas. O roteiro de cada percurso e os valores de quilometragem deve ser anotado se o mesmo for realizado com jipe ou outro veículo de transporte da equipe de trabalho. A descrição dos dados é, normalmente, puntual: descreve-se afloramento por afloramento e estes são numerados sequencialmente na caderneta. Esta descrição é acompanhada de seções (perfis longitudinais) e colunas (empilhamento de camadas) geológicas esquemáticas correspondentes a cada percurso ou local.
A linguagem deve ser clara, direta, sem palavras desnecessárias. Frases curtas facilitam a compreensão do assunto. O técnico ou geólogo deve evitar usar termos rebuscados que dificultem o entendimento. O uso de abreviaturas nas descrições de afloramento é fato corriqueiro ao se buscar ganhar tempo e espaço na caderneta. Deve-se procurar manter, entretanto, uma padronização de abreviaturas para que a caderneta não se torne um ‘amontoado hieroglífico’ incompreensível para colegas que trabalham na equipe ou para quem vai transcrever as informações para banco de dados em computador. Na 1ª página da caderneta, além do nome do profissional competente, é necessário colocar o telefone de contato (se a caderneta for extraviada esta informação é importante), o nome da empresa, a campanha de campo ou o projeto, a data de início (e fim) do serviço, a lista de abreviaturas (se não seguirem um padrão), a declinação magnética usada na bússola de geólogo e outros dados de interesse geral.

2. ASPECTOS DO RELEVO, GEOMORFOLOGIA, VEGETAÇÃO E SOLOS
Cada tipo de rocha apresenta um padrão próprio de topografia, vegetação, drenagem e solo. Este padrão poderá se diversificar substancialmente com pequenas alterações de composição mineralógica da rocha. Mas, por outro lado, rochas bem diferentes poderão ter padrões semelhantes. Deve-se observar e anotar as variações características de relevo, de vegetação, os solos que são próprios de cada tipo de rocha ou de associação de rochas. O profissional encarregado para descrever o afloramento deve lembrar, entretanto, que o aplainamento com lateritas, cascalhos e areias residuais (capeamentos finos), pode mascarar completamente o padrão das rochas subjacentes.

OBS: É óbvio que estas anotações referentes a padrões não precisam ser repetidas em todos os afloramentos descritos.

3. BLOCOS ROLADOS X AFLORAMENTO IN SITU E BLOCOS FORA DE ARRANJO
Grandes blocos, principalmente, os das rochas mais resistentes ao intemperismo, podem rolar encosta abaixo e ficarem enterrados em solo transportado iludindo o geólogo quanto à rocha que ocorre neste ponto. Nesse caso o geólogo deve, assim, identificar uma continuidade maior do afloramento que garanta ser a rocha autóctone (do próprio local onde se encontra). De forma semelhante à anterior, podem ocorrer blocos em maior ou menor grau deslocados ou tombados. É evidente que as medidas de atitudes de acamamento, xistosidades, planos de fraturas,etc., destes blocos deslocados são completamente falseadas.

4. REPRESENTATIVIDADE DAS ROCHAS AFLORANTES
a) É obrigatório observar: se o tipo de rocha que aflora com mais freqüência corresponde a uma fácies mais resistente ao intemperismo e que, por isso, sobressai em todos os afloramentos enquanto que fácies associados que podem ser até mais comuns do que esses pouco ou não afloram e ficam "escondidos" sob o solo mais espesso. Portanto, se faz imperativo estudar as alterações (dos solos) características dos diversos tipos de rochas da área de estudo. Isto servirá também para inferir qual é a rocha que ocorre provavelmente nas regiões sem afloramento.

b) O geólogo pode iniciar o estudo de um afloramento com um reconhecimento do mesmo quebrando e reunindo amostras das diversas fácies (variações das rochas) ao longo da área aflorante. Somente depois desta prévia é que finalmente ele começa a descrição das rochas do local, evitando o estudo somente do primeiro fragmento quebrado.

5. TIPO DE ROCHA E DE INTEMPERISMO
Devem ser anotados para cada tipo de rocha o seu intemperismo (rocha alterada ou regolito) e o solo resultantes. Em muitas regiões carentes de afloramento de rocha (caso comum no Brasil com seus climas quentes e úmidos), tende-se de utilizar estrapolações deste tipo no mapeamento geológico.

6. MINERAIS ROLADOS E/OU ROCHAS ROLADAS
Certos minerais ou fácies rochosas ficam mais conspícuos (chamativos) quando rolados. Em geral, são minerais pesados e/ou mais resistentes e que se tornam guia para a localização, drenagem acima, do afloramento de onde vieram estes rolados. Minerais e rochas pesadas frequentemente apresentam interesse econômico e/ou geológico. Nas nossas condições médias de relevo e clima, a distância do rolamento de blocos, exceto os de quartzo ou quartzitos puros, com mais de 10 cm normalmente não ultrapassa 5km.

7. CONTATOS GEOLÓGICOS
Os contatos geológicos devem ser detalhados:

a) de acordo com a localização precisa do contato;

b)Com base nos cautelosos estudos e descrições feitos sobre as feições associadas ao contato identificado na relação entre as rochas ou as formações, desde que seja verificado: se existe metamorfismo de contato (minerais e rochas de contato térmico) quando uma das rochas é ígnea; se existem apófise ou veios em contato com rochas ígneas; se existem feições erosionais, ângulo de estratificação, possíveis paleosolos, etc., que indiquem discordância entre as duas rochas; se existem feições indicativas de contato falhado como brecha tectônica, cataclase ou milonitização (moagem) de rochas, muitos veios de quartzo, ou muitas fraturas, etc.

c) Ao tempo do mapeamento (no campo) em que é recomendável delinear com precisão o contato na foto aérea ou no mapa de serviço. Vale ressaltar que não poderá se admitir fazer esta tarefa no laboratório, devido a possível dificuldade em lembrar a posição correta do contato no campo.

8. DESCRIÇÃO DE FÁCIES
Trata-se da descrição das diversas fácies (aspectos mineralógicos, texturais e estruturais) de rochas do afloramento, desde a aparentemente fácie mais importante a menos importante mostrando as relações espaciais e, se possível, genéticas entre elas. São itens comuns na descrição: cor e aspecto da rocha fresca e alterada; textura, granulometria, homogeneidade, heterogeneidade, friabilidade, compacidade, dureza, etc.; estruturas como camadas, veios, xistosidade distinguindo estruturas primárias e estruturas secundárias (desenhos esquemáticos são muito importantes não esquecendo de mostrar uma escala no desenho); minerais identificados macroscopicamente (lupa).

9. MEDIDAS COM A BÚSSOLA
Consiste em realizar as diversas medidas com a bússola como na estratificação, xistosidade, clivagem, etc., e nas lineações, eixos de dobras e de microdobras, orientação de minerais, descrevendo-as cuidadosamente.

10. AMOSTRAGEM E IDENTIFICAÇÃO DE ROCHAS
Amostrar as fácies de rochas selecionadas utilizando critérios como:

a) Problemas na identificação macroscópica;
b) Fácies ainda não coletadas;
c) Alguma estrutura especial;
d) Locais muito importantes (contatos, zonas mineralizadas, etc.).

A amostra deve ter tamanho razoável (5x10x15 cm) e ser da rocha fresca. A etiquetagem deve ser feita cuidadosamente no campo logo após a seleção das amostras. Deve-se anotar na etiqueta a sigla (deve ser combinada com o resto da equipe do projeto; normalmente usam-se as iniciais do geólogo) seguida pelo número do afloramento descrito na caderneta e por uma letra que identifica à fácies rochosa amostrada. Se existirem mais amostras da mesma fácies, após a letra deve ser colocado um número que identifique a duplicata ou triplicata, etc. de amostragem.

Amostrando uma sucessão de camadas no afloramento é importante procurar seguir uma ordem: de baixo para cima ou vice-versa de fácies amostradas. É aconselhável empacotar as amostras com jornal quando retornar para a sede evitando, assim, perder a identificação das amostras.

domingo, 4 de abril de 2010

PESQUISA MINERAL - PROCEDIMENTOS GEOLÓGICOS (3)

ETAPAS FUNDAMENTAIS DO MAPEAMENTO GEOLÓGICO
A seguir são relacionados as principais etapas de um projeto de geologia:

A - COMPILAÇÃO E ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA
Reunião de documentos (mapas em especial, arquivos em computador, análises, relatórios, etc., da área do projeto, seleção e estudo dos documentos e informações que interessam no projeto preparando fichas/resumo;

B - FOTOINTERPRETAÇÃO PRELIMINAR
Estudo de imagens (LANDSAT, RADAM e outras) e das fotos áereas da região de interesse e circunjacentes próximas; trabalho frequentemente realizado junto com a análise da bibliografia. Se a região do projeto for próxima da sede onde está o geólogo (ou sendo extremamente necessário), nesta etapa pode ser realizado um reconhecimento de campo ao longo das principais estradas fazendo-se um mapa geológico preliminar;

C - FASE DE CAMPO
Percorrem-se, inicialmente, as principais estradas para tomar contato com a área e localizar vias de acesso e facilidades para acampar ou se hospedar. Verifica-se simultaneamente a fotointerpretação no caso de não ter sido feito o reconhecimento de campo na etapa anterior. É interessante começar o estudo por áreas onde se tem, pela fotointerpretação ou pela bibliografia, conhecimentos de seções estratigráficas completas, mineralizações importantes ou ainda, padrões de fotointerpretação mais comuns. O estudo cuidadoso de afloramentos, principalmente de tipos de rochas ou das formações que vão sendo encontradas pela primeira vez, facilitará o mapeamento na medida em que for sendo desenvolvido. Mapeamento de detalhe e ultra-detalhe exigem trabalhos de topografia simultaneamente;

D - FASE DE LABORATÓRIO
A cada etapa de campo sucede-se uma etapa de descanso e, normalmente, de laboratório na qual o geólogo deve estudar as lâminas petrográficas das rochas coletadas e ir organizando seus dados os que nem sempre é possível fazer nas etapas de campo. São locados os "pontos" estudados em mapa base (mapa de pontos). É passada a limpo a caderneta ou providenciada a transcrição sumária para computador. São organizadas as fichas de descrição petrográfica, de análise química etc., na mesma ordem da caderneta de campo. É refeita a fotointerpretação e preparada a coluna estratigráficas a partir das seções geológicas. É elaborada a maquete do mapa geológico final das áreas que já foram estudadas;

E - ETAPA RELATÓRIO FINAL
Com o mapa geológico pronto e a estratigrafia (coluna geológica composta da área) definida e todos os pontos controvertidos verificados, deve ser feito o relatório final. Este relatório deve se ater aos aspectos importantes ao conhecimento geológico da área dentro do objetivo a que se propôs o projeto lembrando que os mapas geológicos que o acompanham são os resultados mais importantes do serviço. Os dados originais obtidos no mapeamento devem ser perfeitamente organizados na forma de um Relatório de Serviço e/ou Banco de Dados em computador contendo: mapa de "pontos", fichas de análises petrográficas, analises químicas, transcrição da caderneta etc. Ele é uma espécie de banco de dados evitando que se percam informações originais do serviço e que serão de utilidade para qualquer projeto futuro na mesma área.


RELATÓRIOS GEOLÓGICOS
O Relatório Final de um projeto de Prospecção geológica deve conter os fatos julgados fundamentais e as interpretações e hipóteses relativas â evolução geológica. Ilustrações fotográficas, desenhos, secções, etc., enriquecem o relatório na medida em que são significativos e bem elaborados facilitando a compreensão do texto e tornando sua leitura mais clara (e amena).
Muitas destas ilustrações são obtidas desde as primeiras etapas de campo ao se desenhar afloramentos, cortes de estrada, amostra de mão, etc., o que leva ao princípio de que é importante o capricho e a clareza nas anotações ao tempo da atividade de pesquisa e não depois quando ocorre o esquecimento dos fatos.
Os relatórios geológicos são divididos em capítulos cujo conteúdo ou ênfase depende do objetivo do trabalho relatado. Assim sendo, já que o objetivo é descobrir jazidas minerais, a ênfase será dada a itens como locação de ocorrências minerais, prospecção geoquímica, geofísica, etc. do minério.
Resumidamente, um relatório de levantamento geológico consta de:

1 - RESUMO:
O tipo de trabalho realizado e os resultados conclusivos são sumarizados de 05 a 30 linhas. Em princípio não são feitas citações bibliográficas no resumo;

2 - ABSTRACT:
É uma versão do resumo em língua inglesa e é indispensável quando o relatório objetiva a publicação;

3 - INTRODUÇÃO:
Introduz o leitor no assunto em pauta, situa ou localiza a área levantada, descreve a metodologia de pesquisa, conceitua termos, etc. Enfim prepara o leitor para a leitura subsequente podendo sintetizar o conteúdo dos vários capítulos;

4 - CORPO DO RELATÓRIO:
Vários capítulos compõem o corpo do relatório e serão enfatizados de acordo com os trabalhos realizados e com os objetivos colimados, sendo comuns os seguintes capítulos: Estratigrafia, Geologia Estrutural, Petrologia, Geologia Histórica, Geologia Econômica;

5 - DISCUSSÃO:
Com base nos fatos descritos ou levantados, são discutidos os resultados, as hipoóteses genéticas e formuladas sugestões de mais trabalho caso os resultados não tenham sido conclusivos, tudo de maneira precisa e sucinta;

6 - CONCLUSÕES:
É apresentada uma síntese dos principais tópicos discutidos e dos resultados (positivos e negativos)

7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Todas as citações de trabalhos anteriores ou relacionados ao assunto e que tenham sido citados no texto, devem ser relacionados neste capítulo evitando relacionar trabalhos que não foram citados no texto. Tanto as citações no texto quanto a listagem no capítulo devem seguir uma forma padronizada;

8 - DOCUMENTAÇÃO E ANEXOS:
Mapas geológicos, seções geológicas, são anexadas ao relatório. Em certos casos é interessante que esta documentação fique embutida dentro do corpo do relatório próximo do local onde é citada e/ou discutida. Esta documentação, importante para o bom entendimento dos relatórios em geral, deve estar relacionada com o texto de forma a não se ter um excesso de figuras, fotos, etc., sem objetivo. Cada figura ou ilustração, apesar de relacionada com o texto, deve ter certo grau de independência o que exige, às vezes, uma ou duas frases explicativas associadas diretamente com a ilustração ou foto.